Hoje, 28 de Dezembro 2013, entrou em vigor o decreto do Governo Federal para o aumento do IOF dos Cartões de Débito, Saques Internacionais e até dos Cartões Pré-Pago (Visa Travel Money/VTM, MasterCard Cash Passport e American Express Global Travel) que passam dos 0,38% para os mesmos 6,38% dos Cartões de Crédito (cuja taxa foi alterada lá em Março de 2011).

Aumento do IOF - Cartão de débito, pré-pago e saques internacionais

Foto: xornalcerto (CC BY 2.0)

Aumento do IOF para Cartões de Débito, Pré-Pagos e Saques Internacionais

Para entender melhor como começou essa história do aumento de IOF, é interessante ler a análise que eu fiz lá em 2011 quando a taxa do IOF dos cartões de crédito aumentaram para 6,30%.

A desculpa (esfarrapada) que o governo deu para esse aumento de 0,38% para 6,38% no IOF de todas as formas eletrônicas de compras no exterior foi a busca da “isonomia de tratamento às operações com moeda estrangeira“, ou seja, com a medida, o Governo quer evitar que o turista prefira uma forma de pagamento à outra apenas por causa do valor do IOF.

Se o problema era a isonomia, então por que então não baixar o IOF do cartão de crédito para os 2,38% ou mesmo para os 0,38% e deixar todo mundo igual? Para mim isso cheira a lobby das operadoras de cartão de crédito que viam sua utilização diminuir #teoria #da #conspiração

Ah, porque o que o Governo está realmente buscando é o aumento da arrecadação, prevista em R$ 552 milhões por ano (segundo o comunicado oficial do Governo) e, como no caso dos cartões de crédito em 2011, a diminuição dos gastos dos turistas no exterior para equilibrar as contas externas.

O fato é que, a partir de hoje, os turistas que fizerem qualquer operação eletrônica com seus cartões (de débito, crédito ou mesmo pré-pago), pagarão os mesmos 6,38% de IOF.

A compra de Papel Moeda é a única que ainda continua com os 0,38% de IOF e, como bem lembrou o comandante Ricardo Freire, essa mudança deve fazer com que aumente a procura por papel moeda, fazendo com que seu preço aumente devido à maior procura 🙁 Eu também concordo quando ele diz que as viagens podem ficar mais estressantes a partir do momento em que você passa a levar mais papel moeda para tentar economizar nos gastos no exterior.

Vale lembrar que quem já tem o cartão pré-pago carregado, não pagará o imposto extra sobre o valor já depositado, pois o imposto nesse tipo de cartão é cobrado no momento do carregamento e não quando ele é utilizado no exterior, como também lembrou o Ricardo Freire.

O que muda para o Viajante com o aumento do IOF?

Todas aquelas continhas que a gente fazia sobre o valor das milhas e se valeria a pena usar o cartão de débito ou crédito vão praticamente por água abaixo 🙁 O único consolo é que agora você tem menos variáveis para contar na hora de escolher a forma de pagamento, ficando mais a cargo das vantagens que uma forma de pagamento tem em relação às outras.

Vejamos as principais características de cada uma:


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Cartão de Crédito

Vantagens:

  • Pode pagar depois
  • Pode acumular milhas
  • Usa uma cotação melhor que a Turismo

Desvantagens:

  • Sofre com variação cambial entre o dia da compra e o do pagamento

Cartão de Débito

Vantagens:

  • Usa a cotação do dia
  • Não sofre com variação cambial depois que a compra é feita
  • Usa uma cotação melhor que a Turismo

Desvantagens:

  • Tem limite diário e/ou semanal
  • Sofre com a variação cambial no período da viagem

Cartão Pré-Pago – VTM, Cash Passport, Global Travel

Vantagens:

  • Pode ser carregado sempre que preciso
  • Não sofre com variação cambial depois de carregado

Desvantagens:

  • Usa a cotação Turismo da moeda (que é sempre mais cara)
  • Tem taxa para realizar saques

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Saque Internacional

Vantagens:

  • Sacar moedas que não são vendidas no Brasil
  • Usa uma cotação melhor que a Turismo
  • Não sofre com variação cambial depois de sacado

Desvantagens:

  • O banco pode cobrar taxas por saque

Papel Moeda

Vantagens:

  • Paga apenas 0,38% de IOF
  • Não sofre com variação cambial depois de comprado

Desvantagens:

  • Usa a cotação Turismo (que é sempre mais cara)
  • Pode ser perigoso andar com muito papel moeda

Atenção: É preciso declarar na Polícia Federal do Brasil caso você esteja levando mais que R$ 10.000 em papel moeda, seja Real ou moeda estrangeira. Lembre-se também que alguns países também exigem a declaração na alfândega caso ultrapasse o limite determinado por eles (dica do A.L. no Viaje na Viagem).[/one_half_last]

Qual a melhor opção para você?

Eu nunca gostei de levar muito papel moeda para viagens e continuo achando que não é uma boa ideia pelo estresse e preocupação em ter de carregar muito dinheiro vivo durante a viagem. Por isso eu não acho que esses 6% de diferença no valor do IOF valham o estresse. Eu diria que 1000-2000 dólares/euros/libras seria o máximo recomendável para carregar em papel moeda. Eu normalmente levo 300 dólares em dinheiro nas minhas viagens apenas para emergências e nunca tive problemas 😛

Com exceção da questão do câmbio variável, o Cartão de Crédito, na minha opinião, volta a ser a melhor opção, ainda mais agora que o IOF das outras formas eletrônicas é o mesmo. Por mais que as milhas não estejam mais tão vantajosas hoje, elas ainda são uma vantagem que os cartões de débito ou Pré-Pagos não tem.

Para aqueles mais aflitos ou para aquelas épocas em que o dólar está variando bastante, os cartões pré-pagos são a melhor opção, dado que, uma vez carregado, as variações da moeda não alteram seu saldo.

Saques internacionais, que antes eram a melhor opção para moedas que não são vendidas aqui no Brasil (como os Nuevos Soles do Peru), passaram a ser uma incógnita. Eu vou continuar a fazer o saque em moeda local no exterior, mesmo com os 6% a mais. Primeiro pela comodidade e depois para evitar a dupla conversão (real > dólar > moeda local) que sempre come uma boa parte do seu dinheiro.

O que você achou desse novo decreto do Governo?

Acha que isso irá estimular o turismo nacional? Será que irá afetar as viagens ao exterior?

E qual o método de pagamento que você vai usar daqui pra frente?