É claro que você sabe. Petra é um dos lugares mais incríveis do mundo, uma linda cidade escavada nas montanhas de um deserto há mais de 2000 anos. Merece toda a fama que tem e muito mais.
O que você talvez não saiba é que Petra tem uma irmã “proibida”, construída pelo mesmo povo, mais ou menos 450 km ao sul.
Seu nome é Madain Saleh e é ela que aparece na foto acima.
Escrevi “proibida” entre aspas porque Madain Saleh não é totalmente inacessível, mas é bastante complicado chegar até ela. Bastante mesmo.
O motivo é o país onde ela está. Os tais 450 km que separam a cidade e Petra atravessam a fronteira da pacífica Jordânia e entram na Arábia Saudita, uma das nações mais fechadas do mundo no quesito turismo.
Para você ter uma ideia, o país só começou a emitir vistos para visitantes não-muçulmanos há poucos anos, apenas para grupos com no mínimo 4 pessoas e com muitas restrições para mulheres, e encerrou totalmente essas emissões em 2010, sem dar muitas explicações.
Hoje, a única forma de entrar lá é com visto de negócios ou de trabalho. E para os sortudos que conseguem passar pela imigração saudita nessas condições, os guias de viagem que pesquisei são unânimes: Madain Saleh é o lugar a ser visitado.
Os culpados de tanta ênfase turística são os criadores dessa relíquia maravilhosa, os nabateus.
Esse povo, que existiu entre os anos 700 antes de Cristo até o primeiro século depois, dominou a região por um longo tempo e ficou bem famoso pelos conhecimentos arquitetônicos, entre outras coisas.
Madain Saleh, cujo nome significa “Cidades de Saleh”, foi construída ao redor de 200 a.C e chegou a ser a segunda maior cidade do império deles, atrás apenas da capital Petra.
Hoje suas ruínas ocupam uma área de 15 km2 e são consideradas o maior e mais bem preservado sítio arqueológico nabateu ao sul da sua irmã mais famosa, o que garantiu a ela o título de Patrimônio da Humanidade, da Unesco.
Dizem que os detalhes arquitetônicos não são tão ricos quanto os de Petra, mas a vantagem de Madain Saleh, que é chamada em árabe de Al-Hijr, “Lugar Rochoso”, é a quantidade de turistas que vai estar lá com você: enquanto Petra recebeu 630 mil visitantes em 2011, Madain Saleh recebeu apenas 40 mil no mesmo ano, a maioria formada por sauditas.
O motivo de ter tão poucos visitantes na maior relíquia histórica de um país com 26 milhões de habitantes também é a rigidez religiosa do governo local. Não faz muito tempo que os governantes se renderam à curiosidade da população e liberaram as visitas a locais históricos pré-islâmicos.
A maior prova dessa vontade de esconder o passado é o próprio título de Patrimônio da Humanidade de Madain Saleh: ele foi o primeiro do país e só foi conquistado há míseros 5 anos, em 2008.
Aparentemente, o governo saudita está correndo atrás do prejuízo, ainda que aos poucos.
Apesar de ainda ser necessário pedir autorização para visitar, Madain Saleh é o grande destaque dos sites oficiais de turismo do país. Tem até um ótimo tour virtual pela cidade, que serve de estímulo os visitantes sauditas e de consolo para nós que ainda não podemos ver tudo isso ao vivo.
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Comentários
Sou a mãe da Debora Garcia rsrs e estou indo para Arábia, para visitá-la. Ficarei 12 dias lá, e junto com Débora planejamos visitar esse lugar incrível. Com certeza, Débora publicará no blog revistadeviagem.net a nossa aventura.