Ela é o patinho feio de qualquer aventura pelo Irã. Roteiros de agências de turismo costumam dar apenas um par de dias para essa pobre coitada – se tanto. Desconfio que a maioria dos turistas que passam por ela o fazem apenas porque não descobriram que dá para voar direto do exterior para outras cidades iranianas. Enquanto eu pesquisava para a minha viagem, recebi dicas como “não perca seu tempo por lá, não vale a pena”.
Pobre Teerã.
A capital dos iranianos é realmente feia, caótica, barulhenta e poluída, tanto que vive marcando presença em rankings de “piores cidades do mundo para se viver”. Nisso, acho que não há discussão.
Mas também é fato que eu gostei muito da dita cuja. Gostei tanto que fiquei 4 dias inteiros nela e ainda tentei passar mais um, antes de embarcar de volta (mas não consegui, infelizmente).
Teerã é um bebê no meio das cidades milenares iranianas.
Os primeiros relatos significativos da existência dela são do século 13, quando ainda era uma vila conhecida apenas por suas plantações de romãs e fazia parte da cidade de Rey – essa, sim, um grande centro urbano daqueles tempos.
A virada começou em 1220, quando os mongóis, liderados por Gêngis Khan, invadiram a Pérsia e atacaram Rey, fazendo com que a população fugisse para a pequena Teerã, iniciando o desenvolvimento da cidade. Um desenvolvimento tão grande que fez a ex-vila ser descrita por um diplomata espanhol como “um lugar delicioso e bem abastecido”, dois séculos mais tarde.
No século 16, Teerã e seus arredores férteis, com rios e muitos animais, caíram nas graças de um rei da época e a cidade ganhou um bazar, fortalezas, jardins e novas casas. Mas o título de capital do império só veio em 1796, com a coroação do primeiro xá da dinastia Qajar.
Foi nessa época que Teerã começou a explodir de tanta gente. Em questão de pouco mais de 100 anos, ela pulou de 15 mil para 250 mil habitantes. E em outros 100 já era uma das maiores metrópoles do mundo.
Hoje, a grande Teerã tem cerca de 12 milhões de habitantes. Ela inclusive engoliu a antiga cidade de Rey, que ainda existe, mas já é acessivel usando apenas o próprio metrô da capital.
Na minha análise amadora, essa população gigantesca está diretamente relacionada ao que os turistas mais odeiam e ao que eu mais gostei na capital iraniana.
Com um crescimento tão rápido, Teerã não teve praticamente nenhum planejamento urbano. Sem ordem, com tanta gente e pouca infraestrutura, ela virou o pátio de mais de 4 milhões de motos, carros e ônibus barulhentos, tão velhos e com gasolina tão ruim que, segundo números do Lonely Planet, poluem 12 vezes mais do que o normal.
Acrescente a tudo isso as péssimas atitudes dos motoristas iranianos, as crises econômicas crônicas que o país vive e o fato de que Teerã tem uma densidade populacional maior do que a de São Paulo e temos a visão do inferno contemporâneo, descrita lá em cima: uma cidade feia, caótica, barulhenta e poluída.
Nem mesmo as belezas pontuais, como os parques, os monumentos, os lindos palácios, as regiões mais ricas e a visão da cordilheira Alborz – que fica lindíssima coberta de neve no inverno – conseguem diminuir essa impressão de feiura geral de Teerã.
Por outro lado, considerando apenas os iranianos legítimos que fazem parte dessa população enorme, já temos um microcosmo da orgia de culturas, religiões e mentalidades que é o próprio Irã, com seus 70 milhões de habitantes divididos em várias etnias (e que tentei descrever neste post).
E como Teerã também é a capital e o centro financeiro, político e cultural do país, milhares de estrangeiros imigrantes, estudantes, diplomatas, familiares de diplomatas e mais todo o tipo de gringo que lugares assim atraem estão no meio do povo local.
Então você vai me dizer “Ok, Gabriel, mas essa mistura de povos locais com estrangeiros também existe em uma infinidade de outras grandes cidades do mundo”.
É verdade.
Mas quantas cidades do mundo têm tudo isso em meio a uma população criativa, educada, culturalmente rica (milionária, eu diria), sob um estado religioso conservador e controlador? Ou melhor: um estado religioso conservador e controlador, sim, mas que faz vista grossa para algumas coisas e deixa frestas abertas, que as pessoas aproveitam para deixar fluir o produto desta equação?
O resultado é uma Teerã extremamente cosmopolita e tradicional ao mesmo tempo, com lugares modernos que não devem nada às metrópoles mais desejadas do mundo e lugares como a antiga embaixada norte-americana e seus cartazes anti-EUA, ridicularizados pelos próprios teeranis; com homens de barba cerrada e senhoras completamente cobertas ao lado de pessoas vestidas de forma criativa e bastante ousada para o que imaginamos daqui e em comparação ao que se usa nas cidades do interior iraniano; com lojas modernas, arte de rua e museus interessantíssimos vizinhos de bazares antiquíssimos e alguns (poucos) murais antiamericanos; com restaurantes e clubes diferentões próximos a casas de chá de sei lá quantos anos de idade.
Uma cidade empanturrada de nuances inexplicáveis e incompreensíveis para nós, que caminha de forma fascinante, surpreendente e extremamente charmosa sobre a linha que divide o permitido e o proibido pelo regime.
E para colocar a calda de chocolate em cima deste delicioso sorvete iraniano, Teerã ainda tem importância histórica tão grandiosa quanto os números da sua população.
Se Berlim, Paris, Londres e tantas outras também atraem turistas por terem servido de palco para eventos fundamentais em vários pontos da evolução do mundo, não podemos esquecer que Teerã foi decisiva também, principalmente na atual relação entre Ocidente e Oriente Médio.
Nos anos 40 e 50, por exemplo, suas ruas e seu congresso viveram as grandes manifestações contra a presença da Grã-Bretanha no país, que abalaram fortemente as bases do maior império que o mundo já conheceu.
Na embaixada norte-americana e nos palácios do último xá, foi tramado, construído e executado o primeiro golpe de estado patrocinado pela CIA, também nos anos 50, que serviu de base para tantas outras derrubadas de presidentes e que moldaram a imagem dos EUA em grande parte do mundo.
De novo nas suas ruas, aconteceu a Revolução Islâmica de 1979, que levou à Crise dos Reféns, na mesma embaixada norte-americana, e a um climão ainda vivo entre aliados e amigos dos dois países.
Seus prédios e seus céus receberam mísseis e caças iraquianos durante a Guerra Irã-Iraque.
Sem falar nas figuras históricas que caminharam ou ainda caminham por suas calçadas, como o aiatolá Khomeini, a Nobel da Paz Shirin Ebadi e até o maluco-mor Mahmoud Ahmadinejad.
Por todas essas, sinto que meus 4 dias por lá foram poucos, pouquíssimos, e ainda foram prejudicados por terem sido os primeiros da viagem, quando eu ainda estava tateando e procurando os limites da minha relação com os iranianos. Se eu tivesse deixado a cidade por último, certamente teria aproveitado muito mais, fotografado muito mais, conversado muito mais.
Hoje eu ficaria faceiro se conseguisse morar um tempo em Teerã, uns 6 meses, talvez até um ano. Parece pouco, mas isso a coloca num lugar importante no coraçãozinho deste viajante, ao lado de Praga (República Tcheca) e Luang Prabang (Laos).
Em amores por cidades, beleza não é fundamental.
Teerã: dicas práticas
Tentei responder o máximo possível sobre a cidade, neste post. Se você tiver alguma outra dúvida, escreva nos comentários e eu tentarei responder também. Mas, por favor, só coloque dúvidas sobre Teerã. Dúvidas sobre o país ficarão para o post geral.
Onde ficar
As definições geográficas e as nomenclaturas utilizadas aqui são baseadas no guia Lonely Planet Iran, publicado em agosto de 2012 e na sua 6ª edição. Tentei deixar de forma compreensível mesmo que você utilize outro guia. Ainda assim, fique ligado, porque as definições entre as publicações podem ser diferentes.
Pelo Lonely Planet, Teerã é basicamente dividida entre Sul, Centro, Norte e Grande Teerã (Tajrish e arredores).
Sul: a região ao sul da Avenida Enqelab.
Centro: a região entre a Avenida Enqelab e a Rua Karim Khan-e Zand.
Norte: a região ao norte da Rua Karim Khan-e Zand, até a altura do Parque Mellat.
Grande Teerã (Tajrish e arredores): tudo que estiver para cima do Parque Mellat, com a estação Tajrish servindo de referência central e principal.
Na hora de escolher onde se hospedar, você precisa definir o que você quer ter perto de você. E não se esqueça: os hoteis de Teerã são mais caros do que no resto do país.
O Sul é a área mais antiga, com prédios mais velhos, onde estão as atrações tradicionais como o Bazar, o Palácio Golestão, o Parque da Cidade (Park-e Shahr), o Museu Nacional do Irã, o Museu de Jóias e outros lugares. Também é a área mais pobre e, consequentemente, a mais barata para se hospedar e fazer refeições. Mas veja bem: quando digo “a área mais pobre”, não imagine algo terrível, não. Eu poderia ter ficado por ali, sem problema algum.
O Centro é esteticamente bem parecido com o Sul e não fica longe dele. Com uma caminhada ou com duas/três estações de metrô, você está nas principais atrações da cidade. A grande diferença é que o Centro tem uma muvuca maior, é mais próximo de serviços e tem mais variedade de hoteis, com preços um pouco mais altos (mas nada que assuste).
No Centro ficam atrações como a antiga embaixada norte-americana, o Museu de Arte Contemporânea, o Parque dos Artistas (Park-e Honar Mandan), o Parque Laleh e alguns restaurantes legais.
O Norte e a Grande Teerã (Tajrish e arredores) são as regiões mais nobres, ricas e caras (para padrões iranianos, o que não significa um acrescimo significativo, com exceção dos hoteis que pesquisei). Elas têm restaurantes e lojas com jeitão internacional e muito mais estrangeiros caminhando nas ruas.
Eu escolhi ficar no Centro e me hospedei no Hotel Escan. Recomendo o lugar. É bom, tem preço decente e fica bem localizado, perto de casas de câmbio, do metrô e de algumas atrações.
Onde comer
Nenhum restaurante em Teerã me conquistou, então, com exceção das beterrabas cozidas que você encontra em carrinhos, nas ruas, no inverno, não vou recomendar nenhum lugar pela comida, apenas pelo clima.
– Alguma lanchonete no Bazar. Não lembro exatamente em qual delas eu fui, mas escolha uma e experimente também.
– Cafe Gallery. Fica em cima do teatro Iranshahr, em um prédio bem no meio do Parque dos Artistas (Park-e Honar Mandan). É um grande lugar para ver jovens teeranis vestidos de forma criativa e bem ousada para os padrões do país. Dá para almoçar/jantar ou apenas tomar um café.
– Iranian Traditional Restaurant. Ambiente legal, com decoração tradicional, mas com frequentadores jovens.
– Restaurante Lamzy. Um bom exemplo de restaurante legal e moderno em Teerã. Tem carnes, massas, saladas e pizzas. É uma rede que tem várias filiais, mas a que eu conheci fica na Rua Valiasr, perto do Museu do Cinema, na região Grande Teerã (Tajrish e arredores).
– Clube Armênio. Infelizmente, não fui nesse lugar, mas coloco aqui porque imagino que seja bom, já que a Caroline, do blog Coordenada XY, recomendou e sei que ele tem uma característica curiosíssima: por ser de uma instituição cristã, as mulheres podem ficar sem véu lá dentro. Um ótimo lugar se você estiver cansada de andar coberta.
Onde ir
Mesmo com 4 dias inteiros, não consegui ver tudo que gostaria. Dentre o que vi, aqui está o que mais gostei.
– Bazar
Um clássico. Apesar de não ser bonito e de suas estruturas não serem antigas como as de outros bazares por aí, vale muito conhecer esse lugar. Sim, ele é uma zorra e tem muitas áreas cheias de produtos made in China, mas se você não desistir, vai encontrar maravilhas, conversar com pessoas sensacionais, ser mimado pelos vendedores, fazer amigos e comprar coisas muito legais. Dizem que é um ótimo lugar para comprar tapetes, porque tem muitos vendedores e a concorrência reduz os preços, mas não posso afirmar porque não comprei. Cheguei lá pensando em passar apenas um par de horas, mas acabei ficando um tarde inteira – e poderia ter ficado mais.
– Antiga Embaixada dos Estados Unidos, conhecida hoje como “covil de espionagem”
Im-per-dí-vel. Ir para Teerã e não visitar este lugar é ignorar completamente um dos momentos mais importantes da história. Não se deixe levar pelo clima dos cartazes anti-EUA que decoram os muros externos e aparecem em 10 de 10 matérias jornalísticas sobre o Irã. Depois de alguns dias no país, você vai ver que eles não fazem o menor sentido, não combinam com os iranianos. Considerar que aquilo é o pensamento do povo é como considerar que uma pichação “Abaixo do capitalismo” feita em qualquer muro brasileiro é o pensamento de todos nós.
Não tive a oportunidade de entrar na antiga embaixada, mas a milícia que controla a área abriu o espaço para visitações recentemente (leia a matéria de Samy Adghirni, correspondente da Folha em Teerã, sobre isso) e talvez você tenha mais sorte do que eu. Mesmo apenas do lado de fora, é emocionante estar ali.
– Parque dos Artistas (Park-e Honar Mandan)
Qualquer parque de Teerã é uma boa pedida, porque alivia a zoeira do trânsito e permite ver os teeranis se divertindo, fazendo piqueniques e relaxando. Mas o Parque dos Artistas me pareceu especial por ser um ponto de encontro de jovens e intelectuais da cidade, além de ter pelo menos um ótimo café/restaurante (tem outro também, mas não fui nele).
– Museu Nacional do Irã
Na verdade, o museu não é grande coisa. Tem peças interessantes, é claro, mas são coisas que você vê em outros lugares do país e a disposição é bem pobre. O mais interessante é a lojinha que fica nos fundos, escondida. Foi simplesmente o melhor lugar que encontrei para comprar lembranças do país.
– Torre Azadi (Borj-e Azadi)
Um monumento bonito e icônico da cidade. Foi construído em 1971, pelo odiado xá Reza Pahlavi, para celebrar os 2500 anos do Império Persa. Recomendo que você vá no fim da tarde, quando as luzes se acendem, e tome muito cuidado ao atravessar as avenidas ao redor. Como disse o jornalista Caio Vilela: “Atravessar essa rotatória é o maior perigo de uma viagem ao Irã.”
– Grande Teerã (Tajrish e arredores)
A denominação que o Lonely Planet dá para esta área é bizarra e deixa a impressão de que ela fica fora da capital. Besteira. Você pode chegar lá com o metrô e recomendo que faça isso. É a parte mais moderna e cosmopolita da cidade, onde você mais vai ver pessoas de nacionalidades diferentes, lojas modernas e restaurantes interessantes. Dica: quando for para lá, leve um casaquinho, porque o região fica nos pés das montanhas e faz frio lá. Segundo a Caroline, do Coordenada XY, a média é de 5ºC a menos do que no Centro.
– Palácio Golestão
Outro clássico da cidade. Obrigatório, para ver como viviam os antigos reis. Mas a decoração é meio over.
– De ônibus pela Rua Valiasr
Não consegui fazer este passeio, mas ainda morro de vontade. A Valiasr é a maior rua do Oriente Médio e corta Teerã de sul a norte. Segundo Samy Adghirni, é um tour ótimo para ver os contrastes da capital iraniana.
Melhor época para ir
Como só estive lá num único período, vou colocar aqui a dica do Samy Adghirni: a melhor época é abril, quando as cidade fica florida e até ganha cores.
Como se locomover
– Táxi
Usei poucos táxis em Teerã, mas a experiência que tive no resto do país me diz que dá para usar sem medo de ser extorquido. Na dúvida, peça um táxi no seu hotel ou no lugar onde você estiver, se for possível. Ah, sim: eles são baratíssimos.
– Ônibus
Não utilizei. Desculpe, não tenho o que falar deles.
– Metrô
Usei bastante e achei excelente. O metrô de Teerã tem malha pequena, mas boa (maior do que a de São Paulo), estações com orientação e placas em inglês, preço ridículo de barato (coisa de centavos) e pessoal simpaticíssimo nos guichês, sempre solícitos, curiosos e sorridentes.
Fique ligado que os vagões do início ou do fim da composição, bem como as áreas correspondentes nas plataformas de embarque, costumam ser exclusivos para mulheres. Há marcações indicativas, se você passar da linha divisória, provavelmente alguém vai dizer para você sair.
Mas atenção: os vagões exclusivos não significam que mulheres são obrigadas a viajar apenas neles. Não é isso. Eles estão lá para que as mulheres possam viajar longe dos homens, se quiserem.
Na hora do rush, no entanto, é possível que alguns homens invadam um pedacinho dos vagões femininos, em casos de composições abertas internamente. Tudo é levado pelo bom senso e, nestes momentos, com os trens cheios, ninguém reclama das invasões. Aliás, eu tive que viajar uma vez na área feminina, porque o resto estava lotado.
– Do aeroporto para o hotel e vice-versa.
Na primeira chegada, eu sempre recomendo que você contrate um transfer. Mas em outros deslocamentos do e para o aeroporto, você pode usar um táxi, sem medo. O preço é tabelado (15 USD em novembro/2013) e existem companhias muito boas no aeroporto, com carros grandes, confortáveis e espaçosos.
Internet
Meu hotel tinha um computador à disposição dos hóspedes, além de wi-fi no quarto. Para quem não tiver essas facilidades, existem coffeenets pela cidade, onde você paga para usar a rede. Também existem muitos cafés e restaurantes com wi-fi, ótimos para quem tiver um tablet ou um celular.
Os acessos são sujeitos aos humores do governo e você só consegue burlar a censura se tiver um VPN instalado no seu aparelho. Sem isso, a maioria dos portais de notícias brasileiros, por exemplo, são bloqueados, porque sempre mostram mulheres seminuas nas suas homepages (já reparou nisso?). O Skype é proibido. Twitter e Facebook também podem ser impossíveis. E-mails, no entanto, são liberados.
Minha dica: se você não tiver necessidade urgente de usar essas redes sociais nem de ler notícias, não instale VPN na sua máquina e apenas aproveite a vida sem essas coisas. Eu gosto muito disso, mas a vida desconectada é muito boa – ao menos por um tempo.
Celular
Calma. Em breve vou fazer um post sobre como comprar um chip em Teerã.
Quanto custa?
Como você bem sabe, gastos mudam de viajante para viajante, porque quem exige mais paga mais. Eu não sou superexigente, mas tampouco topo qualquer coisa. Assim, meus gastos médios em Teerã foram:
– Refeições em restaurantes normais: 6,5 USD por pessoa
– Hotel: 90 USD por um quarto de casal, por dia
– Entradas em museus e atrações: entre 5 e 15 dólares por pessoa.
– Transporte: tão irrisório que nem anotei.
Onde trocar dinheiro
O Irã tem duas cotações bem diferentes para o seu rico dólar ou euro: a cotação oficial e a paralela. Não tenho nem ideia de como se faz para trocar dinheiro pela cotação oficial, porque ela é muitíssimo pior do que a paralela e eu nem tentei. Para trocar no parelelo, procure as casas de câmbio nas ruas – existem muitas ao redor da Praça Ferdosi, junto à estação Ferdosi do metrô. Vale fazer uma forcinha e decorar os números em farsi, porque muitas vezes as tabelas são apresentadas apenas desta forma.
Você não precisa de nenhum documento para trocar dinheiro nessas casas. Aliás, como o Lonely Planet diz, ninguém vai sorrir ou ser simpático, mas você não vai ser enganado e a transação vai acontecer em segundos.
Ah, prepare-se para sair com os bolsos cheios de notas. A maior cédula iraniana (em novembro/2013) é a de 500 mil rials. Ela equivalia a pouco mais de 15 dólares (em novembro/2013).
Embaixada do Brasil em Teerã
Em caso de necessidade, aqui estão os dados de contato da nossa embaixada por lá.
Comentários
Bom dia … Excelente blog…
Amigo estou pensando em ir para o Irã agora em Junho… 2 perguntinhas.
1 Vc acha que esses malucs do ISIL sei lá… se tem algum perigo no irã?
2 No meu retorno farei uma conexão em miami. Qual a probabilidade de eu ter problemas em desembarcar/embarcar para o Brasil de volta tendo passado pelo irã uns 7 dias?
Abs
Dilson
Oi, Dilson. Obrigado pelo elogio. =) Suas respostas:
1 – Esses malucos oferecem perigo a qualquer lugar do mundo. Os iranianos são tão alvos quanto os americanos, os franceses, os ingleses, os japoneses, os jordanianos e por aí vai.
2 – Perdão, mas não tenho nem ideia dessa probabilidade porque isso não é uma questão matemática. Tudo vai depender da sua sorte de topar com um policial gente fina ou um chato preconceituoso. Mas se você não tem nada a temer, não tema. 😉
Abraço e boa sorte!
Gabriel, por favor, tô tentando reservar hoteis em Teerã, já que pretendo ficar após o encerramento da viagem de trem. Nenhum dos hotéis me responde. Vc usou o pedido de reservas do site do Escan? Obrigada, Joana
Oi, Joana! Olha, iranianos são meio assim, demoram muito nas respostas, infelizmente… Bom, os e-mails que usei nos meus contatos com eles foram: [email protected], [email protected] e [email protected]. Sempre deu certo, mas se eles demorarem demais, sugiro tentar uma ligação por Skype. Boa sorte! Me avise do resultado, por favor!
Obrigada. Já enviei novos emails para esses endereços. Uma agência me respondeu, com vaga no Escan. Mas tem comissão. Vou ter paciência e aguardar a resposta do próprio hotel. Rs. Quando tiver resposta, dou um toque. Abr
Incrível!! Estou viajando antes mesmo de ir 😉
Usei o link que você indicou sobre os feriados e percebi que estaremos no Irã em dois feriados nacionais (23 e 24 de outubro). Você acha que isso dificulta as viagens internas? O feriado cai justamente nos dias que pretendemos ir de Shiraz para Yazd.
Bjs
Gabriela, você vai estar lá durante a Ashura! Que maravilha! Eu peguei este feriado também!
Ele pode ser bom e ruim. Se você tiver hotel reservado e passagens internas compradas, ótimo. Mas o comércio vai estar fechado, incluindo muitas lojas nos bazares.
O lado bom é que você vai estar em Yazd no dia 24 (entendi certo?), que é a melhor cidade para ver a cerimônia. Estude sobre ela e aproveite, porque é incrível! Ah, não se assuste com as cenas. É praticamente tudo encenação e eles adoram ver estrangeiros interessados naquilo tudo!
Olá, gabriel,
É, sem dúvida, o blog mais completo acerca de uma viagem ao Irã. Parabéns!
Então, estou partindo para esta aventura em outubro/2019 e pretendo ficar uns 20 dias. Pretendia ficar 3 dias em Teerã, mas após ler este post, deu vontade de ficar mais.
Pretendo de Teerão ir a Hamdan e Sanandaj e de lá para Isfahan. será que vale a pena, pois o trajeto é longo. Poderia ficar mais uns dias em Teerã e de lá pa ra isfahan. O que acha?
Obrigado!
Oi, Nelson! Obrigado pelos parabéns! =)
Sanandaj-Esfahan é uma viagem enorme que eu só fiz porque errei e me atrasei, portanto precisava recuperar. Não recomendo mesmo. Foi extremamente cansativo e até perigoso, já que o final da viagem foi à noite, quando eu já estava exausto. Evite ao máximo. Coloque outra cidade no meio do caminho e passe uma noite descansando lá. Não vale arriscar.
A opção de ir de Teerã e Esfahan é mais interessante, ainda que também seja longa. Considere passar uma noite em Kashan.
Abraço!