Não tem jeito: essa delícia, que faz parte da enorme lista de produtos famosos da Bélgica, é uma unanimidade entre as formiguinhas do planeta e até mesmo entre as pessoas que nem são tão fanáticas pela mistura de cacau, açúcar e leite.
A história e a tradição do chocolate belga
A relação do chocolate com esse pequeno país europeu vem desde o século 17, quando a nação era dominada pelo espanhóis e viu o cacau ser trazido para dentro das suas fronteiras, diretamente das colônias hispânicas na América do Sul para a cidade de Ghent.
Na época, aquilo era uma iguaria caríssima e permitida apenas para poucos privilegiados, sempre servida na forma de chocolate quente. Mas a exclusividade não impediu que ela se tornasse um sucesso gigantesco, inclusive entre os visitantes nobres que apareciam pelo país.
A popularização entre as pessoas comuns levou um tempo maior para acontecer. Apenas no século 19 houve a primeira venda em loja numa drogaria de Bruxelas, comandada por Jean Neuhaus, o homem que fundaria uma das marcas mais respeitadas e que existe até hoje, com o seu sobrenome. Porém ainda foram necessárias mais algumas décadas até que a sua drogaria se transformasse totalmente numa doceria, cuja principal atração era o chocolate.
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No mesmo século, o chocolate passou a ter regras mínimas de qualidade. Cada fabricante tinha os seus segredos para se diferenciar da concorrência e ganhar mercado, é claro, mas toda produção deveria levar no mínimo 35% de cacau.
A evolução continuou nos anos seguintes. Em 1912, Jean Neuhaus Jr. (neto daquele Jean visionário que abriu as lojas) criou o praliné, a forma mais famosa do produto belga: uma casca de chocolate recheada com chocolate cremoso. Praticamente um bombom, mas muito melhor. Para completar, sua mulher teve a ideia de colocar tudo numa caixa, facilitando as vendas e popularizando o doce ainda mais.
Com a qualidade nas alturas, só faltava a fama do chocolate belga se espalhar pelo mundo. Essa parte ficou a cargo da Côte d’Or, outra marca famosa do país e que existe até hoje. Ela apresentou o produto com o toque nacional na Exposição Universal de 1958, em Bruxelas. E de lá para cá a fama só aumentou.
Melhor chocolate do mundo
Hoje, a Côte d’Or e a Neuhaus disputam o mercado com outras gigantes deliciosas que surgiram no caminho, como a Godiva, a Leonidas, a Corné Port Royal, a Jean Galler e mais de 320 produtoras do país.
Todas trabalhando juntas para fazer com que sempre paremos um pouquinho e namoremos por alguns instantes a seção de chocolates belgas dos free shops.
Para finalizar, uma dica: se você quiser fazer um belo tour de chocolate pela Bélgica, dedique bastante tempo à região de Flandres. É ali que fica Ghent, a cidade original do produto, e é também onde estão alguns dos maiores nomes do mundo chocólatra.