Por muito tempo, o Pantanal foi visto apenas como um destino focado na pesca e predominantemente masculino, mas nos últimos anos, a região de Corumbá viu renascer um novo tipo de turismo: o ecológico. Turismo, este, que tem atraído os olhares, não só dos gringos, mas também dos brasileiros que querem viajar com toda a família para um dos cenários mais ricos do nosso país 😀
O Pantanal é considerado a maior planície alagável do planeta e tem uma área equivalente à do estado do Ceará ou a 3 vezes a do estado do Rio de Janeiro. Não é à toa que o nome do Rio Paraguai, o principal da região, vem do guarani e significa rio extenso, grande. Tamanha imensidão só poderia impactar diretamente a vida do pantaneiro, que aprendeu a se organizar de acordo com os ciclos da água: cheia, pico e vazante.
E com vocês, o Pantanal 😀
O Pantanal nos foi apresentado a partir de sua “capital” Corumbá-MS, já no trecho sul e mais molhado desse rico bioma 😉
O Riq Freire costuma dizer que muito se fala sobrem o Jalapão, mas pouco se é explicado e eu acredito que a mesma situação aconteça com o Pantanal. Por isso fomos até lá para trazer o caminho das pedras, digo, das águas para vocês.
O que fazer no Pantanal?
O Pantanal é uma referência nacional quando o assunto é o turismo de pesca, mas, ao longo dos últimos anos, diversas atividades de ecoturismo foram se desenvolvendo e proporcionando novos roteiros para quem quer viajar para esse destino único, mas não tem habilidades (eu o/) para a pesca esportiva.
A Estrada Parque
A Estrada parque, um dos grandes símbolos do Pantanal, foi criada por Marechal Rondon no séc. 19 e possui cerca de 120 km de estrada de terra (incluindo 70 pontes de madeira que funcionam como mirantes para se avistar a vida selvagem), ligando Lampião Aceso em Corumbá até o Buraco das Piranhas e a BR 262. Esse circuito é considerado uma das estradas cênicas mais bonitas do país, por isso passeie com calma e sem pressa 🙂
O ideal é utilizar um carro 4×4 na estrada, pois, apesar de lisa, ela é de terra e buracos e pedras são comuns, sem contar que, dependendo do nível da cheia em junho, alguns trechos podem ficar alagados a ponto de passar só barco, mas isso não é usual.
Ela é o caminho perfeito para observação de aves, jacarés, tatus, capivaras, cervos, tuiuiús, tucanos, arraras azuis, dentre outros animais da fauna local. Quem sabe você não dá sorte de encontrar a tão procurada Onça Pintada por lá? Ela também é um ótimo ponto para observação da flora e do Maciço do Urucum, a região da serra que envolve Corumbá.
De carro e parando para fotografar, você deve levar cerca de 4 horas para cruzá-la de ponta a ponta, incluindo a travessia de balsa pelo Rio Paraguai no trecho do Porto da Manga (R$ 40).
Safari fotográfico pela Estrada Parque
Um dos passeios favoritos de quem visita a Estrada Parque ou de quem se hospeda na Passo do Lontra Parque Hotel é passar o dia na Fazenda São João na região do Abobral/Nhecolâdia. O tour começa com safári fotográfico – onde você poderá avistar os Big 5 pantaneiros: arara azul, tuiuiú, cervo, jacaré e onça –, é seguido por uma cavalgada com cavalos pantaneiros passando por capões e por áreas alagadas e termina com um saboroso almoço regional e uma trilha a pé pela fazenda.
Forte Coimbra
Outro passeio inusitado pelo Pantanal é conhecer a Vila do Forte Coimbra administrada pelo Exército, onde moram cerca de 289 militares e seus familiares além de 95 civis. Uma curiosidade: o Forte de Coimbra e o Forte de Niterói são os únicos lugares do Brasil onde civis moram dentro de áreas militares.
O tour consiste em visitar a Igreja Nossa Senhora do Carmo, a gruta subterrânea Ricardo Franco e em conhecer a história do Forte de 1775 que já foi uma unidade de artilharia, tudo isso acompanhado por um guia do próprio exército.
O Forte Coimbra sofreu com dois grandes conflitos: o primeiro entre os portugueses e os espanhóis por questões de dominação territorial e depois durante a Guerra do Paraguai, quando desempenhou um papel fundamental no desfecho dessa história.
Até hoje, os moradores são muito fiéis à Nossa Senhora do Carmo e, durante a Guerra do Paraguai, diz a lenda que a esposa do coronel pediu que um soldado colocasse a faixa vermelha que representava o poder máximo da autoridade militar na própria santa. Como os paraguaios são muito devotos, eles mandaram avisar ao comandante que aquele dia seria um dia de trégua, garantindo tempo suficiente para a tropa brasileira fugir pelo rio.
Como reservar o tour pelo Forte Coimbra?
O exército não cobra nada pelo tour, mas é preciso reservá-lo com antecedência por telefone. No dia reservado, o pessoal do Forte estará vestido com roupas “de gala” e tudo estará preparado para a visita, com direito a deslocamentos em veículos oficiais 😉
Reservas: Ligar para o Hotel de Trânsito (67) 3282-1002 ou para o Relações Públicas (67) 3282.1005
Como chegar no Forte Coimbra?
Como o passeio dura o dia todo (incluindo o deslocamento), o almoço (R$ 15) é feito no hotel de trânsito que fica na ilha, sendo a única taxa cobrada pelo exército.
A única maneira de chegar lá é de barco alugado, cujo valor varia de acordo com a distância. Partindo da Pesqueiro da Odila em Porto Morrinho (a 1 hora de Corumbá no km 707 da BR 262 – telefone (67) 3275-1368), são 2 horas para ir e mais 2 para voltar em uma lancha rápida e o valor do aluguel fica em torno de R$ 500 (já com piloto, motor e combustível para todo o dia) e pode ser dividido por até 5 pessoas.
Dia de peão
Esse foi o único passeio que ficou de fora da nossa lista, mas ele é muito interessante e proporciona a experiência real de viver um dia como peão pantaneiro tocando o gado em uma comitiva, cuidando dos animais e dormindo em redes 😉
Qual é a melhor época para visitar o Pantanal?
Verdade seja dita: faz muito calor no Pantanal, portanto, o período ideal para viajar pela região é durante o inverno quando as temperaturas estão mais amenas.
De acordo com o pessoal do turismo de Corumbá que nos acompanhou, o melhor período para se visitar o Pantanal sul-matogrossense é de abril a setembro, pois esses são os meses menos quentes e também é nessa época que os rios estão mais cheios. Portanto, para aproveitar a pesca ou fazer os passeios de ecoturismo, vá no inverno. Só um detalhe: a onça costuma se fazer de difícil nos meses da cheia 😛
De novembro a fevereiro acontece a piracema, período de reprodução dos peixes, portanto não é permitido pescar nessa época que também coincide com as temperaturas mais quentes do ano e com a baixa dos rios no trecho de Corumbá.
Em junho acontece o pico da cheia, quando o rio Paraguai pode subir mais de 5 metros do seu leito normal e é nessa época que a Estrada Parque pode ficar alagada entre a Curva do Leque na Nhecolândia e o Porto da Manga. Portanto, se quiser fazer a travessia da Estrada Parque nesse período, é interessante entrar em contato com o Turismo de Corumbá para saber as condições do caminho.
Onde ficar no Pantanal?
Para quem quer ficar na Estrada Parque
A Pousada & Camping Santa Clara oferece pensão completa, passeios, quarto privativo, compartilhado e camping. O esquema é simples, mas faz muito sucesso com os gringos. Foi lá que vimos mais de 20 araras-azuis numa mesma árvore 😀
O Passo do Lontra Parque Hotel foi construída sobre palafitas para não ter problemas de acesso durante a cheia do rio Miranda, ou seja, ela é acessível durante todo o ano. Vários passeios são oferecidos e podem ser comprados à parte como passeios de pesca, caminhada sobre palafitas, safáris aquáticos, safári pela Estrada Parque até a Fazenda São João (do mesmo dono), canoa canadense e focagem noturna (um tipo de passeio de barco para observação de animais como jacarés e onças). A diária no final de semana (2 dias e 1 noite) por pessoa em apartamento duplo com pensão completa custa R$ 560 e dá direito a 3 passeios enquanto a diária normal com pensão completa apenas custa R$ 450.
Para quem procura mais conforto e comodidade
A Estância Caiman, no trevo de Miranda, é a uma boa escolha 😉
Hospedagem em Corumbá e day use das pousadas
Alguns turistas optam por se hospedar em Corumbá e apenas passar o dia em uma das pousadas usufruindo da estrutura de passeios e de pesca.
A Pousada da Dona Odila é ótima para quem quer pescar e sua diária custa, em média, 350 reais com pensão completa mais o barco e piloteiro. Apenas a gasolina, as iscas e as bebidas utilizadas durante as pescarias são cobradas à parte.
Para os mais aficionados em pesca, os barcos-hotéis rendem ótimas experiências. O barco Akaia e a navegação Índia Porã da Raqueltur costumam oferecer pacotes com 5 ou 6 noites embarcados focados somente em navegação e pesca fluvial.
Quanto custa viajar pelo Pantanal?
Viajar pelo Pantanal é mais barato e acessível do que imaginamos. Eu, pelo menos, não tinha noção dos valores exatos. A melhor dica para quem quer organizar uma viagem para Corumbá e pelo Pantanal Sul é evitar os pacotes de viagem fechados das agências, que graças ao funcionamento do mercado de turismo, chegam para o consumidor final com valores muito mais elevados do que se organizados por conta própria e negociados diretamente com a pousada ou com o receptivo local.
Por exemplo, o day use do Passo do Lontra Parque Hotel custa 175 reais por pessoa com almoço incluso (ou 42 reais para quem estiver passando pela estrada e quiser apenas almoçar na Fazenda São João) e são divididos em dois tipos de atividades, um mais voltado ao ecoturismo e outro mais voltado à pesca.
Já a diária do quarto privativo duplo na Pousada Santa Clara pode custar 296 reais por pessoa com pensão completa e passeios inclusos.
Roteiro por Corumbá e Pantanal Sul
Essa região sul-matogrossense cabe muito bem num feriado prolongado e a boa notícia é: pelas pesquisas de tarifas que fiz, as pousadas locais não costumam trabalhar com valores mais altos para esses períodos, sendo uma bela sugestão de roteiro de viagem pelo Brasil 😀
- Primeiro dia: passeio pelo centro histórico de Corumbá
- Seguindo dia: navegação e passeio de barco até Forte Coimbra
- Terceiro dia: Safári fotográfico, cavalgada, trilha e focagem noturna
- Quarto dia: Travessia da estrada parque
O que levar na mala para o Pantanal?
Com você, leve sempre protetor solar e repelente (o repelente Exposis é o melhor no mercado nacional, bem forte e com uma longa proteção).
Na mala, leve roupas leves, de preferência de cores claras, uma calça para trilhas, um tênis de trekking – ou um que não escorregue e aguente boas caminhadas–, uma camiseta de manga longa que seque rápido, principalmente para os passeios de navegação. Ah, e não esqueça o boné ou chapéu e os óculos de sol 😉
Como chegar ao Pantanal Sul?
A Azul é a única companhia aérea que voa para Corumbá com voos de domingo a sexta de e para Campo Grande. A aeronave utilizada é um ATR-72 e o trajeto tem duração de menos de 1:30h. Sendo assim, a escala na capital do Mato Grosso do Sul é obrigatória.
Como se locomover pelo Pantanal?
Na região de Corumbá, o quesito transporte é resolvido de duas maneiras: contratando todos os passeios e traslados com um receptivo local ou alugando um carro no aeroporto, mas aqui é preciso prestar atenção a um detalhe importante: para percorrer as estradas de terra como a Estrada Parque é melhor usar um off-road ou 4×4, pois um carro menos preparado pode ficar pelo caminho.
Levar um GPS off-line é também é um item muito importante tendo em vista a deficiência do sinal de 3G/internet e até de telefone quando se sai da cidade.
Ofertas para aluguel de carros
Corumbá e Pantanal Sul combinam com
O Pantanal sul-matogrossense e Corumbá combinam perfeitamente com um roteiro que se estenda até Bonito. Com uma semana disponível, você consegue aproveitar os melhores passeios desses dois grandes destinos do Mato Grosso do Sul.
A viagem entre Corumbá e Bonito dura cerca de 5 horas e 350 km separam um ponto do outro. Siga pela BR 262 e pela MS 173 de carro ou ônibus. Se estiver de carro, as cidades de Miranda e Aquidauana são ótimos pontos de parada e descanso – e de quebra, ainda é possível conhecer o centrinho histórico de cada uma delas 😉
Procurando por um roteiro diferente, faça a dobradinha Corumbá/Pantanal + Bolívia, afinal a cidade está ligada pela Rota Bioceânica até Santa Cruz de La Sierra. Se preferir, também é possível fazer a viagem no antigo trem da morte, o Expresso Oriental ou o Ferrobús, que saem da cidade de Puerto Quijaro, na fronteira com o Brasil.
Certo mesmo estava Manoel de Barros quando disse, numa adaptação livre, que a palavra realmente empobrece a imagem 😉
O Sundaycooks viajou a convite da Secretaria de Turismo de Corumbá.
Eu só comecei a pensar no Pantanal depois que fui pra Amazônia, mas só sei que agora morro de vontade de conhecer. Fiquei babando nas fotos de vocês no instagram. =)
Obrigado, Camila 😀 A região é muito fotogênica!
Fui nessa estrada, andes de entrar nela tem a Maria do Jacaré ,âs pousada devia ter fiscal p olhar todas muito caras a da lontra muito dinheiro, arara azul só tem picareta nem comida tinha, deixei lá 2 dias pagos ,fui embora q não tinha carne só frango, os guias de turismo só maconheiro todos quer ser malandro, quem cuidada de turismo devia olhar isso ,a fazenda são Francisco maior roubo todos aqueles bicho são deles mesmo
MUITO LINDO O NOSSO PANTANAL, VENHA CONHECER
MUITO LINDO O NOSSO PANTANAL, VAMOS CONHECE-LO
Eu me chamo Alisson Buzinhani, fui criado no Passo do Lontra (minha família foi a fundadora do Passo do Lontra Parque Hotel e Pousada São João, junto com os Venturini – que ainda estão por lá) e conheço bem a região.
Não sei se chegaram a comentar com vocês que na região da estrada parque no Pantanal Sul, há roteiros de aventura mais voltados para aqueles que querem se aprofundar mais região e ter uma experiência exclusiva e personalizada no Pantanal!
Por conhecer muito bem a região, resolvi montar um roteiro diferente dos convencionais oferecidos por todas as fazendas/pousadas no Pantanal. Nosso roteiro mistura acampamento selvagem no rio Miranda com hospedagem na fazenda são joão, assim é possível explorar a natureza ao redor dos rios, a Estrada Parque e depois uma fazenda típica do Pantanal.
Durante o acampamento selvagem você realmente sente o que é estar na natureza selvagem, confesso que na primeira noite os turistas têm um pouco de dificuldade em dormir com os animais fazendo barulho ao redor da barraca, mas para quem quer aventura na natureza, a experiência é um prato cheio!