O jornal Intercept Brasil trouxe um alerta sobre um absurdo que está acontecendo na Ilha de Boipeba, no sul da Bahia: o empreendimento Fazenda Ponta dos Castelhanos.

Tendo como dois dos sócios, José Roberto Marinho (dono da Rede Globo) e Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), a construção do condomínio de luxo acarreta problemas muito grandes para a comunidade.

Ilha de Boipeba em uma dia ensolarado com mar cristalino em tons de verde

Quais os prejuízos desta construção?

O terreno pertence a Área de Proteção Ambiental, uma APA, que foi vendido pelo ex-prefeito, Ramiro José Campelo de Queiroz. Ele já responde a um processo por tomada de terra de uma viúva de 101 anos.

Mesmo sem a posse definitiva do terreno, já foi concedido uma licença autorizando iniciar o projeto que destruirá 2,9 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica, criando impactos negativos e irreversíveis para o meio ambiente.

Além de já ter expulsado 50 pequenos produtores da área, a construção ameaça a comunidade pesqueira tradicional Cova da Onça com seus 700 habitantes e a comunidade quilombola Monte Alegre que abriga 120 pessoas e mais toda área ambiental. Ao todo, são 1.651 hectares de extensão (20% de toda ilha!).

Qual objetivo da construção?

O projeto prevê a construção de duas pousadas de 25 quartos e mais 25 casas. Além da hospedagem, o complexo oferecerá pista de pouso, marina de médio porte para lanchas e motos aquáticas e 370 hectares dedicados para um campo de golfe.

Como posso ajudar Boipeba?

Há um pedido de revogação da licença para iniciar a construção em andamento e os moradores criaram um abaixo-assinado online que pode ser acessado pelo site Salve Boipeba.

É importante que todo viajante pesquise sobre sua viagem e seus impactos. O Turismo Responsável garante que o viajante tenha uma ótima experiência sem causar impactos negativos para o meio ambiente ou para a comunidade regional.

Quais as últimas atualizações sobre esta construção?

A avaliação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) publicou em dezembro de 2023, que este projeto imobiliário não atende aos requisitos da legislação para ser construído em terras públicas e pode derrubar a licença de instalação.

A secretária-substituta da SPU, Carolina Gabas Stuchi, declarou que essas áreas não podem ser divididas e implantar estruturas náuticas deve ter permissão federal.

“É gratificante ver as instituições públicas trabalhando com respeito à Constituição e aos clamores da sociedade civil. É um momento de celebração, mas seguimos vigilantes” diz representante do movimento Salve Boipeba.