Dona Sônia, nossa correspondente especial, tem mais dicas sobre Diamantina. Neste post ela fala das belas igrejas dessa bela cidade histórica mineira.
Hospedei-me na Pousada Relíquias do Tempo, uma pousada cujas acomodações são decoradas com móveis do séc. XVIII/XIX, e me senti em casa. O café da manhã é uma delícia, composto por algumas delicadas iguarias, cujas receitas são segredos de família e preparadas diariamente em fogão a lenha.
Uma ótima maneira de aproveitar a cidade é começar caminhando pelo centro histórico diamantinense, pois as cidades coloniais merecem caminhadas, muitas caminhadas, somente assim você poderá apreciar os detalhes de cada esquina, de cada construção. Vislumbrar os casarões que ainda hoje abrigam as famílias tradicionais da região é uma experiência de observação e de apreciação dos detalhes.
Não deixe de visitar a Catedral de Santo Antônio, um prédio com características ecléticas, construído no começo da década de 1930 para substituir a antiga matriz que existia no local. A catedral ainda guarda dois altares laterais em talha dourada do período barroco, um belo exemplo do Brasil Colônia.
Continuando a caminhanda, aproveite para conhecer a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, uma das mais bonitas da cidade. Como acontece em outras cidades coloniais, a talha dessa igreja se destaca pela beleza, assim como a pintura do teto do altar mor. Repare em um detalhe: é a única construção cujo campanário se encontra na parte de traz da igreja.
Isso pode ter três explicações possíveis: a igreja fica, praticamente, em frente a casa da Chica da Silva que não apreciava o barulho dos sinos que, muitas vezes, atrapalhava seu sono. Ou os escravos não deveriam passar, durante a construção, embaixo da porta principal, local em que o profano dá lugar ao sagrado. Já a terceira explicação possível, é que localizando os sinos próximos ao altar mor seus sons seriam ouvidos em uma área maior do vale.
Continue caminhando até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Você não pode deixar de perceber que esta é a única igreja em Diamantina com um belo adro (região externa da igreja). Diferente de outras cidades coloniais onde o adro é um espaço social importante na vida da cidade, a intenção do governo metropolitano era dificultar as conjurações, os conciliábulos, já que Distrito Diamantífero era totalmente isolado do resto da colônia. Mas, nessa igreja em particular, isso não aconteceu.
Podemos terminar nosso passeio pela Igreja de São Francisco de Assis, uma delicada construção em azul, branco e dourado que foi recentemente restaurada. Há indícios de que desde o último quarto do séc. XVIII já se realizavam cultos religiosos na igreja, muito embora sua construção tenha se estendido até os princípios do séc. XX. Segundo a tradição, é nessa igreja que foi sepultada Chica da Silva. Ela foi construída em taipa e possui uma torre única, no lado esquerdo, onde se encontra o relógio e os sinos.
Se você, assim como eu, se deixou levar pela calma da cidade, não teve pressa no almoço, ao terminar esse roteiro volte para a pousada e aprecie um delicioso chá da tarde com quitutes coloniais 😉
Onde ficar
Rua Macau de Baixo, 104 – Diamantina/MG – (38) 3531-1627
Av. da Saudade, 265 – Diamantina/MG – (38) 3532-1040
Muito bom! Em tempo: a Dona Sônia aceita ser voluntária em outro blog ou o contrato é exclusivo com o SundayCooks? Rá! =)
Cara Silvia.
Fico feliz em saber que você gostou do post. As cidades históricas das Minas Gerais precisam de pessoas que as apreciem para que permaneçam como marcos da nossa memória.
Mas, devo registrar aqui que seus posts sobre Minas também são ótimos. Achei lindas as fotos de São João Del Rey, mas pudera suas fotos sempre são lindas… Até deixei um comentário para você.
Bem, mas quanto a um trabalho voluntário preciso veirifcar com a diretoria do SundayCooks…. Puxa, olha o meu passe sendo valorizado!!!!
Saudações ouropretanas
Sônia
Também fiquei na Pousada Relíquias do Tempo. A localização é ótima! Pela manhã o problema era espantar os passarinhos que insistiam em roubar o café da manhã. 😉