Ser recebida em Leipzig pelos cânticos dos Hare Krishnas ao descer, meio perdida, na estação de trem, era o sinal que eu precisava para ter certeza que os próximos dias na cidade seriam diferentes, únicos e por que não, mágicos.
A imagem de Leipzig é comumente associada à história da música clássica e não é pra menos. Por ela passaram grandes nomes como Wagner, Bach e Schumann e suas tradicionais escolas de música atraem alunos do mundo todo, bem como seus concertos e óperas.
Muito além de acordes e notas, a cidade representou um papel fundamental no movimento que levou à queda do muro de Berlim em 1989.
“We are the People” era o lema do protesto pacífico que aconteceu em Leipzig e que pedia por liberdade e democracia, tornando-se base para o movimento pela queda do Muro de Berlim e pela unificação das Alemanhas e da Europa como um todo.
Em um misto de consciência política, legados da Copa do Mundo e acordes de órgãos antigos, Leipzig se tornou uma boa surpresa no meio da Saxônia.
Quer uma boa justificativa para incluir a cidade no seu próximo roteiro de viagem pela Alemanha? Ela completará mil anos em 2015 e uma série de eventos já está marcada para comemorar essa data especial \o/
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O que fazer em Leipzig?
Uma ótima maneira de explorar o centro histórico de Leipzig é seguindo a Rota da Música de Leipzig (Leipziger Notenspur), um roteiro de cinco quilômetros que passa pelos principais pontos da região refazendo os passos da música clássica na cidade.
O que você não pode deixar de ver nesse roteiro:
Igreja St. Thomas
“Lugar de fé, espírito e música”
Uma aglomeração de turistas me levou até Bach. Foi emocionante me deparar, meio que sem querer, com o tradicional coral que cantava alguns versos das principais obras do autor.
Dá pra imaginar que uma igreja que “viu” Lutero pregar, Mozart tocar e foi palco dos concertos de Bach também foi usada como abrigo para as armas do exército de Napoleão, virou hospital militar, foi destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra e, por fim, foi completamente reerguida? Pois é, a história da Igreja de St Thomas está diretamente ligada ao passado da Alemanha.
Os restos mortais de Bach foram descobertos em 1894 no cemitério da igreja de St. John’s, mas, como a igreja foi destruída pela guerra, eles foram transferidos em 1950 para seu túmulo no altar da igreja de St. Thomas, o que explica a aglomeração de turistas próximos a ele 😉
Coral dos meninos de Leipzig
Os documentos oficiais dizem que o coral, um dos mais antigos e importantes da Europa, nasceu em 1254 e existe até hoje com um belo objetivo: preservar a memória e o trabalho de Bach. Todos os domingos você pode presenciar esse momento mágico e, anualmente durante a época do natal, o coral também apresenta os cânticos natalinos na igreja St. Matthew e na St. John-Passion.
Museu Bach
Foi em Leipzig que o autor compôs uma de suas obras mais importantes: Paixão Segundo São Mateus, por isso, e pelos inúmeros concertos realizados, a cidade ainda tem um forte laço com o compositor. O museu dedicado à sua obra fica em um casarão do séc. XVI e guarda partituras, instrumentos e peças que marcaram a trajetória de Bach. É emocionante.
Ainda no quesito música clássica, a casa onde viveu o compositor Wagner foi destruída durante a Segunda Guerra, entretanto a antiga casa de Schumann ainda pode ser visitada.
Outras atrações interessantes
- Museu de Arte Contemporânea
- Museum of Fine Arts
- Museu dos Instrumentos Musicais
- Museum der Bildenden Künste
- GRASSI – Museum of Ethnology
- Monumento da Batalha das Nações
- Zoológico
- Ópera de Leipzig
- Antiga Prefeitura (Old City Hall – Alte rathaus)
Uma curiosidade sobre Leipzig: Mais de 31 “passagens” existem pelo centro histórico interligando diferentes prédios da cidade. Além de cortar caminho, elas são um ótimo ponto de encontro de bons restaurantes, cafés e algumas lojas diferentes 😉
Onde ficar em Leipzig?
Eu fiquei hospedada no PentaHotel, uma rede que surgiu graças ao capital investido de várias companhias aéreas da Europa e hoje possui hotéis em diversos pontos do continente. A ideia é basicamente proporcionar um quarto padrão/econômico com um pouquinho mais de cor e personalidade. A recepção, por exemplo, costuma ser dentro do próprio bar do hotel 😉
Se você gosta de caminhar e conhecer os principais pontos da cidade sem depender do transporte público, a dica é se hospedar no centro histórico, nesse caso considere, por exemplo, ficar no Motel One em frente à igreja de St. Nicholas.
Como a cidade costuma receber muitas feiras, a dica é fazer as reservas de hotel antecipadamente para tentar evitar a alta nas diárias.
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Onde comer em Leipzig?
Querendo provar um pouco da tradicional cozinha da região, almoce ou jante no Auerbachs Keller, considerado um dos mais antigos restaurantes da cidade. Os pratos são enormes e saborosos.
Também vale conferir a programação de eventos e tentar descobrir alguma festa ou mercado de rua sazonal, pois essas são ótimas oportunidades de provar uma comida local mais autêntica 🙂 Veja o calendário oficial aqui.
Mercados de Natal
Leipzig também tem um dos mercados natalinos mais tradicionais de toda Alemanha e em 2015 ele já tem data certa para acontecer: de 24 de novembro a 23 de dezembro.
Daqui pra onde?
Leipzig combina muito bem com Berlim, Dresden e Frankfurt e todos esses trechos podem ser feitos em poucas horas de trem 😉 Veja como comprar os passes de trem na Alemanha aqui.
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Natalie viajou a convite do Turismo da Alemanha.
Oi, Natalie. Esse é meu primeiro comentário, mas eu já conhecia e lia o blog. 🙂
Estou planejando uma viagem para a Alemanha, e a princípio ia ficar só em Berlim, mas um amigo me convenceu a ir pro interior. Li primeiro sobre Dresden no blog da Natália, do Ziga da Zuca, e depois li sobre a cidade aqui também, e agora sobre Leipzig; duas cidades que meu amigo havia indicado. Só que ele foi de carro e com outras pessoas, eu pretendo ir de trem e sozinha. Você acha que 3 dias em Leipzig é muito, ou está bom? Fiquei querendo ver o coral que você cita no post, e pra isso vou ter que mudar a logística e ir primeiro para Dresden/Leipzig, e só depois para Berlim. Um dia em Dresden será que está de bom tamanho? (Depois que li seu post me empolguei mais com Leipzig que com Dresden. rs). Pelo visto, vou passar mais dias na Alemanha do que planejava… Pelo que entendi você fez essa viagem sozinha, não? Eu já viajei algumas vezes solo, e agora vou novamente (embora o plano inicial fosse viajar com uma prima). Já fui pra Europa sozinha, mas encontrei amigos lá. Dessa vez vai ser diferente, vou encontrar uma amiga, mas vai ser por pouco tempo que vamos estar juntas. Enfim, embora eu não me importe em viajar sozinha, não estou super empolgada. rs Acho que viajar sozinha por países ‘hermanos’ ou que falem espanhol é um pouco mais acalentador que viajar sozinha pela Europa, por causa da afinidade, ainda que a língua seja diferente. É tranquilo viajar solo na Alemanha? A Natália falou que em Dresden não foi tão fácil encontrar pessoas que falassem inglês. Como foi sua experiência nesse sentido? Obrigada.
Oi Jussara, bem vinda de volta 😛
3 dias em Leipzig é um pouco muito. Eu faria assim: 1 de chegada em Dresden, 1 inteiro em Dresden, 1 de ida/chegada em Leipzig, 1 inteiro em Leipzig, 1 de ida/chegada em Berlim. Mas vc pode mudar dresden/leipzig de ordem dependendo de por onde vc chegar. Isso para 4 dias. Se tiver mais, a mesma quantidade para Dresden e Leipzig (sendo que a Natalie gostou mais de Dresden, principalmente a parte nova).
A Natalie disse que Dresden é realmente o local onde ela menos encontrou pessoas que falassem inglês, mas isso não impediu que ela andasse normalmente por lá 😉