Santo de casa não faz milagre, não é mesmo? Pois bem, mesmo tendo nascido e morado até os 18 anos em Vitória, eu havia passeado pelas Montanhas Capixabas apenas uma vez quando criança. Por isso, sempre que eu volto pra terrinha para visitar a família, tento conhecer um pouco mais do Espírito Santo 🙂
Desta vez aproveitei para fazer um passeio rápido de um dia por Venda Nova do Imigrante, Pedra Azul e Domingos Martins com ajuda de algumas dicas do Tiago, do Rotas Capixabas, um mineiro de nascimento e capixaba por opção 😛
Passeio de um dia pelas Montanhas Capixabas
Se este for seu primeiro final de semana em Vitória, o melhor a fazer é conhecer o que há na cidade e algumas praias mais próximas como Guarapari e Meaípe como eu explico neste post:
Final de semana em Vitória: o que fazer na Ilha do Mel
Esse post aí de cima é algo como Vitória numa casca de noz, um resumo do que há de mais interessante na cidade e proximidades. Aproveite que o Palácio Anchieta tem promovido belas exposições temporárias como a de Portinari e guarde algumas horas da sua agenda para visitá-lo 🙂
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Mas o Espírito Santo é mais que isso. Ele é um estado que vai do mar à montanha em menos de uma hora 😀 E é isso que eu tentarei mostrar neste post.
Agora, se você já conhece Vitória ou tem mais que um final de semana na cidade, minha dica é conhecer as Serras Capixabas. Colonizadas principalmente por alemães, mas com uma forte influência italiana, a região serrana do Espírito Santo tem muita cultura e paisagem bonita pra você conhecer 🙂
Como conhecer a região serrana do Espírito Santo?
A melhor maneira de conhecer a região é alugando um carro, assim você terá mais liberdade para se locomover pela região. Outra dica é começar por Venda Nova do Imigrante de manhã, pois esta é a cidade mais longe de Vitória, e ir voltando e passando por Pedra Azul e depois Domingos Martins para evitar boa parte do trânsito da estrada de pista única na volta.
Dica: Não se preocupe, até eu que sou o desesperado do GPS não precisei de mapa para visitar essas cidades, pois todas ficam à beira da BR 262 😀
Nota: Pedra Azul não é uma cidade, mas sim uma região da cidade de Domingos Martins. E como Domingos Martins é grande! Nunca havia reparado nisso 😛
De posse do carro, saia de Vitória em direção à cidade de Cariacica pela 2a. Ponte (isso mesmo, segunda ponte). Quando chegar em Cariacica (a primeira saída da ponte), você já estará na BR 262. Continue nela ad infinitum – ou quase – e você passará por Viana, Domingos Martins, Pedra Azul e chegará em Venda Nova do Imigrante.
Para voltar, é só fazer o caminho inverso 😉
Visualizar Como ir de Vitória às Montanhas Capixabas em um mapa maior
Curiosidade: Se você seguir realmente a BR 262 ad infinitum, você chegará em Belo Horizonte e terá feito um dos caminhos que eu mais fiz durante a faculdade: o trecho BH – Vitória de ônibus 😉
Curiosidade 2: É nesse trecho da BR 262 entre BH e Vitória que você entende realmente o que são mares de morros. Acho que isso me ajudou na prova de Geografia do vestibular da UFMG
Venda Nova do Imigrante
Venda Nova tem uma grande influência italiana e também é conhecida como uma cidade ótima para o agroturismo por causa de suas diversas propriedades rurais que tanto vendem seus produtos artesanais quanto abrem suas portas para visitação. Mas confesso que esta ida à Venda Nova foi motivada por uma de minhas paixões: o café 😛
Eu havia provado um dos melhores cafés espresso da minha vida (colocando Nespresso e Kopenhagen no chinelo) na antiga cafeteria em um shopping perto de Vitória. O café era da Família Carnielli e a fazenda ficava em Venda Nova. Pronto, era minha oportunidade 😀
Claro que eu não precisava ir até Venda Nova para comprar o café ou os queijos que eles produzem, mas já que passaria pelas Montanhas Capixabas, aproveitei para ir até a fazenda da família.
Família Carnielli
A Família Carnielli veio da Itália no Século XIX, mas tem ramificações em Fanca, São Paulo.
Conversando com a simpática Érica Carnielli, não é que eu descubro que não só Valinhos tem grande influência nos queijos da fazenda como também tem um dos poucos lugares do interior paulista que vendem o café Carnielli? Pois é, eu nunca ia imaginar que alguém do interior do Espírito Santo conhecesse Valinhos e muito menos que a cidade tivesse qualquer ligação com eles 😛
Curiosidade: Sabe onde encontrar o café Carnielli em Valinhos? Lá no Posto Ipiranga! #tichdumpah Sério. É no Posto Ipiranga da Av. dos Esportes.
Curiosidade 2: Quem diria que os queijos Carnielli começaram com o uso do fermento Rich da empresa CHR Hansen produzidos em Valinhos! Hoje o fermento utilizado é importado da Itália, já que o Rich teve sua fórmula modificada há algum tempo :/
Família Busato
Uma outra fazenda que eu tive a oportunidade de conhecer foi a da Família Busato, casa da famosa Cachaça Temosinha e de diversos licores.
A Temosinha é uma cachaça relativamente jovem, produzida artesanalmente em tachos de cobre e que pode ser encontrada envelhecida em barris de diversas madeiras diferentes, mas minha preferida foi a dos barris de cerejeira 😉
Como chegar até as Fazendas de Venda Nova?
Para chegar às fazendas, basta ir até o posto de informação ao turista de Venda Nova do Imigrante que fica logo na entrada da cidade, bem em frente à Rodoviária.
Não se preocupe, há placas indicativas ainda na rodovia. De lá, basta seguir na rua ao lado da rodoviária da cidade que ela irá dar em uma rodovia menor que passará em frente a ambas as fazendas.
Terminado o passeio em Venda Nova, é hora de pegar o caminho de volta pela BR 262 e ir conhecer Pedra Azul.
Pedra Azul
Pedra Azul faz parte da cidade de Domingos Martins e é um parque estadual belíssimo aos pés da montanha de mesmo nome e da Pedra do Lagarto. Imagino que pela foto vocês consigam entender o porquê do nome, não é? 😛
Para chegar ao Parque da Pedra Azul e à Rota do Lagarto, fique atento às placas de Km 89-90, de entrada para o Parque da Pedra Azul, de Pousada Peterle, de Fjordland e até do Restaurante Don Lorenzoni Due, todas na BR 262. Não há como errar, pois é uma saída bem grandinha e tem a Pedra Azul bem em frente 🙂
O Parque da Pedra Azul tem várias atividades e lugares legais para passear, fazer trilhas, arvorismo, andar à cavalo e comer bem 😛
Se o dia estiver aberto, você terá uma visão quase que panorâmica da Pedra Azul e Pedra do Lagarto pela Rota do Lagarto \o/ Se você estiver seguindo este roteiro de um dia, infelizmente não terá muito tempo para fazer essas atividades todas. Se tiver um dia a mais, eu sugiro dormir em Pedra Azul para aproveitar melhor o parque.
Se você está voltando do passeio por Venda Nova, já deve ser hora do almoço, então minha sugestão é o Restaurante Don Lorenzoni Due, quase no meio da Rota do Lagarto, já dentro do parque. O restaurante é muito bonitinho e sabe como preparar carnes e massas muito bem. Comi um Filet Mignon com molho de jabuticaba que estava divino! E no ponto certo, coisa rara aqui no Brasil hoje em dia…
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Continue na Rota do Lagarto até a Marietta, uma delicatessen quase no fim da rota, mas que tem um jardim belíssimo e alguns produtos importados que são difíceis de encontrar até pelas bandas de cá.
Você pode tentar voltar para a BR 262 direto pelo final da Rota do Lagarto, mas eu acho mais interessante voltar por onde você veio para ter outra visão da Pedra Azul e encontrar cenas como essa 😛
Continuemos nosso caminho de volta para Vitória, mas não sem antes parar em Domingos Martins.
Domingos Martins
Domingos Martins é a cidade mais alemã do Espírito Santo e uma das mais conhecidas no estado.
A colonização alemã é tão forte por lá que, além do Monumento ao Imigrante Alemão em frente a uma Igreja Luterana bem na praça central, eles também têm diversas placas espalhadas pela cidade ensinando algumas palavras em alemão 😀 A praça central da cidade é bem bonitinha e, como toda cidade pequena, é realmente onde o burburinho acontece.
Para chegar lá não tem erro, saia da BR 262 em direção à Domingos Martins e siga a avenida até a praça central. De lá, procure um lugar para estacionar nas proximidades e passeie sem pressa.
Na cidade, há uma rua (R. Roberto Kautsm Sabach) que tenta imitar as ruas da Alemanha, com suas casas e restaurantes típicos. Não posso dizer que é realmente parecido, mas acho que ela merece uma visita pelo esforço 😉
Nessa rua também existe um “poste típico” (seria uma tentativa de May Pole?) em que está escrito que o casal que se beijar em frente a ele e tirar uma foto será feliz para sempre, mas acho que o que interessa mesmo é que, ao lado desse poste, tem um restaurante que me pareceu o mais típico alemão da cidade, pois foi o único lugar que tinha sua própria cerveja artesanal.
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E por falar em cerveja artesanal, fiquei triste por não encontrar nenhuma cervejaria artesanal na cidade mais alemã do Espírito Santo 🙁 Domingos Martins, precisa ver isso aí, mano!
Curiosidade: Eu fui a uma vernisage de um concurso promovido pelo Centro de Turismo Alemão em São Paulo há alguns dias e qual não foi minha surpresa ao encontrar uma foto do Monumento ao Imigrante de Domingos Martins como uma das ganhadoras? Fiquei mais surpreso ainda porque eu havia tirado uma foto parecidíssima (aquela ali em cima) na semana anterior
Você tem mais alguma dica das Montanhas Capixabas?
Qual região você gostou mais?
Que legal, não sabia que vc era de lá! Visitei a região recentemente, mas ainda não publiquei nada – os posts estão a caminho! Quanto à história dos mares de morros, esse trecho entre Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante é muito parecido com o trecho Bragança Paulista – Socorro, aqui pertinho de Campinas/Valinhos, vcs conhecem?
Não conheço esse trecho não Fernanda, mas deve ser bonita sim 🙂 Mas vc vê essa parte mesmo chegando em Minas. Lá dá pra ver direitinho aquele monte de morro ao longe parecendo mar 😛 E quem disse q mineiro não tinha mar? hahaha
Sou capixaba e como você mesmo diz .. santo de casa não faz milagre… acabo por desfrutar pouco das belezas da terrinha…
Adorei o texto as fotos e as dicas, incluiria em Pedra Azul outras opções para almoço como o maravilhoso Restaurante Lusitânia que serve um bacalhau maravilhoso e o Restaurante da Pousada Petterle com os queijos, polenta e linguiça produzidos na região uma delícia!!!
Aguardo um novo post sobre as praias do norte em especial as belas Dunas de Itauanas!!!
Obrigado pelos elogios e dicas, Marisley 😀 Minha intenção é seguir pro norte mesmo, ou talvez para o sul numa próxima vez. Quem sabe não chego à Bahia pelo ES? hehehe Só preciso ter uns dias a mais pra conseguir 😛
Que massa, Fred! As fotos ficaram show!
Esse é m bate-volta que eu sempre recomendo para as pessoas que vem à Vitória. A mim, pelo menos, agrada mais que as praias.
Tá vendo como Valinhos tá ficando internacionalmente conhecida? 😉
Pra vc ver ;P De Valinhos para o mundo! hehehe Eu também prefiro montanha a praia 😉
Olá!
Moro no ES há mais de 10 anos e amanhã será a primeira vez que vou conhecer a Rota do Lagarto.
Estou indo especificamente para conhecer um sitio que você mesmo faz a colheita do morango, mas é claro que vou aproveitar suas dicas e conhecer mais lugares.
Parabéns pelo post.
Que legal, Amanda 🙂 Eu vivi até meus 18 anos em Vitória e acho que se fui até essa região 2x foi muito. Preciso conhecer melhor a terrinha 😉 Aproveite!
Adorei sua dica…estou aqui no ES a 6 anos e amanhã com certeza fareii seu percurso…valeu mesmo…Parabéns!!
Depois nos conte como foi, Elaine. Divirta-se 🙂
Muito bom, estou me programando para ir de vitoria ate BH, de carro vou parando para conhecer algumas cidades, sua dica vai me ajudar muito, parabéns, assim que voltar registro minha experiência, abraços.
Legal, Rogério.
Depois nos conte como foi a sua viagem.
Boa noite adorei as dicas sou doida pra conhecer as montanhas vou com certeza.Estou precisando muito dessa paz e calmaria.
Todo mundo merece uns dias de tranquilidade, não é mesmo Ana Paula?
Boa viagem 🙂
Boa tarde a todos!
Morei 30 anos em São Paulo de Arace, comunidade próxima de Pedra Azul. Hoje moro na Serra, mas confesso que nem praia e nem shopping me enche tanto os olhos como a região das montanhas. Quando passo um fds na Grande Vitoria é como se o fds não aconteceu.
Mas montanha é pra quem gosta, afinal, é um lugar de muito ar puro, sem barulho, sem estresse e de gente muuuuito humilde e simples.
Adriana,
Essa região é muito fofa mesmo! Tomara que os brasileiros descubram cada vez mais esse belo destino capixaba 😉
Um bom lugar em Venda Nova do Imigrante no qual já fui duas vezes é a “Fazenda Saúde”. O lugar é comandado por uma senhora chamada Maria Ilda e pelo senhor Reginaldo Caliman. A paisagem é linda com um grande lago para pesca e outro, com pedalinhos. O restaurante de ambiente rústico funciona em sistema de bufê: sobre um fogão a lenha há costelinha de porco, polenta, feijão tropeiro, mandioca, entre outras delícias da culinária local. É possível adquirir vários tipos de doces caseiros, licores, vinho de jabuticaba, tomate seco e polenta para fritar em casa. Detalhe: não é caro.
As mesas são de madeira maciça, sólidas e pesadas, feitas com toras imensas partidas ao meio. Esse grande salão tem capacidade para aproximadamente 300 pessoas, o que torna o lugar ideal para receber excursões e grupos.
Obrigado pela dica, Fidelis 🙂
Agora existe uma nova cervejaria artesanal BARBA RUIVA na entrada da cidade
Logo na frente do posto combustível imigrante
Oi Leo, obrigado pela dica 🙂