Seguindo na vibe Indiana Jones, saímos das belíssimas cataratas de Gocta em busca das ruínas mais famosas da civilização Chachapoya, que dominou a amazônia andina no norte do Peru antes dos Incas chegarem por ali. Nosso objetivo era encontrar os sarcófagos de Karajías, o complexo funerário de Revash e a grande fortaleza de Kueláp, muitas vezes descrita como a segunda Machu Picchu.
O mais interessante nesse tipo de viagem de expedição, é que nunca sabemos o que vamos encontrar pelo caminho. Talvez você trombe com dois sítios arqueológicos menores, como os Petróglifos da Pitaya e o sítio de Macro, ou talvez fique ilhado por causa de obras em alguma cidadezinha. O que importa é que tudo isso contribui para que a aventura pelo norte do Peru seja ainda mais emocionante 😀
Roteiro de viagem aprovado pelo Sundaycooks
Organizar uma viagem para o Peru pode parecer algo confuso, mas não se preocupe!
Nós testamos e aprovamos o pacote da Venturas para que você possa viajar mais tranquilo.
Conhecendo a civilização Chachapoya
Antes de mais nada, é preciso dizer que pouco se sabe sobre os Chachapoyas. Apesar de terem sido contemporâneos dos Incas, muito de sua história se perdeu ao longo dos séculos, por isso, infelizmente a parte histórica da viagem acabará ficando em segundo plano.
Mas não é por isso os passeios serão menos interessantes, já que a aventura está em chegar o mais perto possível de cada ruína deixada por eles e tentar entender, primeiro, como conseguiram chegar lá, e depois o que aquilo significava 🙂
O que se sabe é que os Chachapoyas não tinham um único rei ou líder. Eles eram, pensando agora, como a Alemanha antes de virar um país. Cada região tinha seus próprios reis, mas, de um modo geral, eles seguiam costumes parecidos, formando, assim, essa civilização.
Por exemplo, por toda a amazônia peruana, é possível encontrar urnas funerárias dos Chachapoyas, mas cada região tem suas características. Em Karajías, elas eram esculpidas em madeira; em Revash, eram quase como maquetes de casas, já na Laguna de los Condores, as múmias eram mais bem preservadas.
Agora que você sabe que, durante essa expedição, o que importa é o caminho, podemos prosseguir 😛
Sarcófagos de Karajías
Você certamente já viu alguma foto ou programa no History Channel sobre os sarcófagos de Karajías. Elas são praticamente o símbolo dos Chachapoyas e vê-las de “perto” é ainda mais emocionante.
Para chegar, nosso trekking levou em torno de 3 horas para descer e subir o morro, mas as paisagens são tão incríveis que, apesar de ser trekkeiro de primeira viagem (isso também dá nome de blog 😛), nem a altitude, nem a dor nos tendões atrapalharam 😀
Ao chegar no sítio em si, você começa a andar na encosta da montanha, num caminho bem estreito (cuidado com a cabeça), passando em baixo de uma pequena queda d’água que alimenta um pequeno oásis de floresta tropical no meio da montanha.
Esses sarcófagos são chamados de Purunmachus, ou senhores velhos, e até hoje são reverenciados pelos xamãs locais, fazendo de Karajías um local de peregrinação e de cerimônias.
Como eles construíam os sarcófagos lá? Ninguém sabe. Alguns dizem que eles desciam de rapel, outros que os caminhos existiam, mas eram destruídos ao final. O que você acha?
Revash
Revash é considerado o cemitério da elite Chachapoya e, como vocês podem ver, os sarcófagos são bem diferentes dos de Karajías. Em vez de figuras que lembram pessoas, eles eram construídos como pequenos mausoléus.
Este trekking foi difícil para este novato apesar de ter apenas seis quilômetros. Foram mais de três horas morro abaixo em meio à vegetação.
Mais ou menos na metade do caminho, encontramos os mausoléus, mas à medida que nos afastamos, é possível ver inúmeros buracos escavados na montanha indicando os locais onde outros podem ser encontrados.
Foi cansativo e valeu muito mais pela superação e aventura que pelos mausoléus em si 🙂
O museu dos Chachapoyas de Leymebamba
O museu dos Chachapoyas em Leymebamba é, na minha opinião, o melhor lugar para entender e aprender o pouco que se sabe sobre essa civilização.
Ele foi criado com base nos objetos e história encontrados sobre os assentamentos dos Chachapoyas na Laguna de los Condores, um lugar que pelas fotos parece incrivelmente lindo, mas que, infelizmente fica longe dali e é de difícil acesso. Um dia, quem sabe, volto para fazer esse trekking? 😀
O museu conta um pouco mais sobre a cultura daquele povo, seus objetos de trabalho, suas roupas e também instrumentos musicais. No entanto, nada te prepara para ver o que a sala seguinte te reserva.
Em um local fechado, com temperatura e umidade controladas, você aperta um interruptor e pode ver as 219 múmias recuperadas da Laguna de los Condores em perfeito estado de conservação.
Aquele foi o ponto alto da cultura Chachapoya, até que nosso guia nos contou que, na verdade, todas aquelas múmias eram de Incas 🙁 )
Pois é, ele nos disse que depois que os Incas dominaram os Chachapoyas, eles retiraram as múmias que encontravam e colocavam a de seu próprio povo, numa forma de dominar os que ainda se rebelavam.
Mesmo não sendo Chachapoyas, elas impressionam.
Talvez algumas dessas múmias te lembrem de um quadro famoso. Já percebeu qual? Talvez “O Grito” de Edvard Munch? Pois é, segundo nosso guia, uma dessas múmias foi inspiração para o artista e também para Paul Gauguin quando ela foi exibida num museu de Paris. Acredite se quiser 😛
Surpresas pelo caminho
Cada um desses locais foi visitado num dia diferente, até porque os deslocamentos entre cidades era longo e demorado, mas nem por isso deixamos de ter boas surpresas além das paisagens entre nuvens e montanhas. Bem à beira da estrada estão os Petróglifos da Pitaya e num outro lugar, demos de cara com o sítio de Macro com o que parecem ser vários buracos de urnas funerárias.
Kueláp
Você deve estar se perguntando: e Kueláp? Cadê?
Kueláp é a fortaleza mais famosa e bem conservada dos Chachapoyas, por isso ela merece um post só dela 😉
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O Sundaycooks viajou para a convite da Promperu e da Tam.