Quando embarquei para o meu primeiro safári na África do Sul, eu tinha muitas dúvidas: a bota e as roupas são adequadas? E os pernilongos? Será que o leão vai dar as caras? E as fotos?
Com as expectativas lá no alto e um sonho antigo na eminência de ser realizado, embarquei com um sorriso no rosto quase infantil e voltei com algumas respostas que mostram que essa viagem está bem mais próxima da gente do que imaginamos.
Se você também tem planos de tirar essa linda viagem do papel, é importante estudar bem a logística. Botswana, Tanzânia, Quênia, Namíbia e África do Sul são os principais destinos para fazer safári no continente africano.
Expectativa pré-safári na África do Sul?
Entrei no avião com três informações na cabeça: as histórias que minha família contava sobre tesouros perdidos por piratas no Cabo da Boa Esperança; a frase do Ricardo Freire que dizia que a Cidade do Cabo é o Rio de Janeiro da África do Sul e a manicure pedindo para eu não gritar quando o leão aparecesse, enquanto perguntava se eu seguiria viagem para Botswana.
Onde fazer um safári na África do sul?
É possível fazer um safári na África do Sul em um dos 18 parques nacionais ou em uma das incontáveis game reserves game reserves (reservas privativa). Eu conheci a Madikwe Game Reserve, um dos maiores parques ecológicos do país, e o Kruger Park, a reserva mais famosa, com maior número de lodges e que mais recebe brasileiros.
Muitas reservas e lodges sul-africanos são reconhecidos internacionalmente pelas suas iniciativas de preservação do meio ambiente e inclusão das comunidades locais.
Entretanto, apesar de todo esse trabalho, é possível que o rinoceronte entre em processo de extinção já nos próximos anos. Isso graças às quadrilhas que agem ilegalmente em todo o território africano matando os animais para vender seus chifres para o mercado asiático, principalmente chinês, onde muitos acreditam que o pó desses chifres é afrodisíaco e tem poder de cura até para o câncer.
Principais atrações nos parques nacionais na África do Sul
*Essa lista não leva em consideração as reservas privadas chamadas de game reserves.
Para informações sobre outras reservas nacionais, o site oficial South African National Parks é uma boa fonte de consulta.
Addo Elephant National Park
- Leão (encontrado principalmente na parte sul do parque)
- Manadas de elefantes na barragem Hapoor
- Montanha Zuurberg
- As dunas de areia de Woody Cape
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Agulhas National Park
- Ponta mais meridional da África
- Farol do Cabo das Agulhas
- Baleia Franca Austral (somente entre junho e novembro)
- Ostraceiro negro africano (ave em extinção)
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Augrabies Falls National Park
- Quiver Tree (árvore icônica dessa região)
- Cachoeiras
- Moon Rock (trilhas nas montanhas para ver as cachoeiras)
- Swart Rante (trilhas nas montanhas para ver as cachoeiras)
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Bontebok National Park
- Piquenique na área de Die Stroom
- Trilha nas margens do rio Breede
- Observação de pássaros
- Game viewing self-drives (é possível avistar alguns animais como zebras pelas trilhas de carro dentro do parque)
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Camdeboo National Park
- Represa de Nqweba
- Avistamento da raposa com orelhas de morcego e do antílope-salta-rochas
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Garden Route National Park
- Trilha da lontra
- Atividades aquáticas como passeios de barco e caiaque
- Caminhadas e passeios dentro da floresta
- Ciclismo de montanha
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Golden Gate Highlands National Park
- Trilha até a montanha Brandwag Buttress
- Visita a aldeia dos Basothos
- Trilha pela formação rochosa chamada Caverna da Catedral
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Karoo National Park
- Piscina e área para piquenique no Bulkraalcom avistamento para os safaris
- Centro Interpretativo Ou Schuur
- Avistamento da águia de verreaux, elefante, hipopótamo, zebra e leão
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Kgalagadi Transfrontier Park
- Game drivers com avistamento de Gemsbok, um grande antílope do deserto que é símbolo do parque.
- Leões de Kalahari de Casca Negra
- Tecelões sociáveis, pequenos pássaros que constroem enormes ninhos diferentes
- Girafas, zebras, suricatos e raposas
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Kruger National Park
- Os Big 5, os animais mais difíceis de serem caçados da savana búfalo, elefante, leopardo, leão e rinoceronte
- Cão selvagem
- Ave calau-gigante
- Águia-pescadora-africana
- Árvores Baobá e Marula
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Mapungubwe National Park
- Centro de Interpretação Mapungubwe
- A cidade perdida com pinturas rupestres (The Lost City)
- Avistamento de elefantes, leão e zebras
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Marakele National Park
- Abutre do Cabo
- Elefante
- Leopardo
- As espécies de antílopes não tão frequentemente vistas em outros lugares como kudu e reedbuck
Mokala National Park
- Antílope, suricato, zebra e girafa
- A árvore do espinho do camelo, nativa de Mokala
Mountain Zebra National Park
- Lobo-da-terra
- Búfalo-africano
- Guepardo
- Zebra
- Ave grou-azul
- Ave abetarda-real
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Namaqua National Park
- Famoso pelos seus campos floridos durante a primavera
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Table Mountain National Park
- Cape Point, Cabo da Boa Esperança
- Colônia de pinguins
- Table Mountain (Montanha da Mesa)
- Reserva natural de Silvermine
- Trilhas de Signal Hill e Lions Head
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Tankwa Karoo National Park
- Trilhas de carro
- Mirantes cênicos
- Observação de pássaros
West Coast National Park
- Kraalbaai Beach
- Piquinique na áreaa de Tsaarsbank
- Trilha por Geelbek
- Observação de pássaros
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Richtersveld Transfrontier Park
- Formação rochosa mão de deus
- Observação do falcão-chacal
- Ver de perto a árvore do elefanta (uma tradução bem livre de halfmens succulent)
É possível organizar uma viagem de safári por conta própria?
Sim, é possível. Ao escolher qual reserva ou parque natural você fará o safári, tente negociar tudo por conta própria direto com seu hotel.
Se mesmo assim você não se sentir seguro quanto ao itinerário, vale consultar algumas operadoras brasileiras como a Teresa Peres, a Latitudes e a Venturas, que oferecem pacotes fechados para esses destinos.
Como são os passeios de safári ou game drives?
Acorda, menino! Acorda, menina! Nada de ficar com sono e pular as primeiras saídas dos safáris.
Os game drives (safáris em veículos 4×4) geralmente acontecem duas vezes por dia: cedinho entre 5h30 e 7h e outro no final da tarde perto das 16h. Esses são considerados os melhores horários para avistar os animais, pois, com as temperaturas relativamente mais amenas, eles saem para tomar água e procurar por comida.
Todos os passeios duram cerca de três a quatro horas e percorrem uma estrada ou trilha sinalizada. Alguns lodges têm, além do motorista, um ranger (profissional especializado na vida selvagem da savana) para ajudar no avistamento dos animais, sendo ambos muito bem treinados para encontrá-los mesmo a distâncias muito grandes.
Invista um pouco mais na hospedagem
Fazer um safári é uma experiência tão incrível que investir um pouco mais no quesito hospedagem pode fazer toda a diferença. A África do Sul é um país com inúmeras opções de hotéis de safári e lodges que oferecem uma estrutura impecável e totalmente perrengue-free.
Muitos hotéis – que também atendem pelo nome de lodges – oferecem um conceito de all inclusive ainda mais especial: não só as refeições e bebidas, como também os diferentes passeios disponíveis. Ou seja: as principais atividades e a alimentação já estão inclusas no valor das diárias. Na dúvida, sempre confirme essa informação antes de fechar a reserva.
Já reservou seu hotel?
É seguro fazer um safári?
A segurança é uma questão que vira e mexe aparece como uma das grandes dúvidas dos brasileiros. No geral, safáris são programas bastante seguros e não oferecem grandes riscos para o turista, desde que as orientações dos rangers, profissionais capacitado para resolver qualquer contratempo, sejam seguidas à risca. Portanto, nada de tentar passar a mão nos “gatinhos”, mesmo que estejam perto de você.
Ah! E não saia de casa sem um bom seguro viagem na bagagem para qualquer imprevisto.
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Qual é a melhor época para fazer um safári na África do Sul?
Independentemente do parque escolhido, seja ele o Kruger Park ou a reserva Madikwe, os meses que contemplam o outono e o inverno são perfeitos para quem quer fazer um safári na África do Sul. Esse período coincide com a seca na savana que favorece a visualização dos animais em seu habitat natural.
Como a região fica bem mais árida, restam poucos lugares para os animais se banharem ou tomarem água, fazendo com que eles passem mais tempo caminhando e procurando maneiras para se hidratar e alimentar, aumentando, assim, nossas chances de conseguir cruzar com todos eles.
Outro fator importante: a temperatura é mais amena. Nesse período, o sol não é mais tão forte e durante a noite e o começo da manhã ainda faz um friozinho gostoso.
Abril e maio são considerados baixa temporada em alguns dos lodges da África do Sul, por isso pode ser uma boa época para cacifar uma promoção e ainda viajar em um período mais tranquilo.
A primavera e o verão também são épocas viáveis para se fazer um safári no país, mas leve em consideração o forte calor que faz durante o dia. A vegetação também fica mais verde e densa, o que pode dificultar um pouco a visão dos animais.
As festas de final de ano indicam alta temporada em algumas regiões de safári por conta da forte procura dos turistas, principalmente europeus.
Note que estou levando em consideração apenas as reservas dentro da África do Sul, pois o calendário ideal para safáris pode variar de acordo com o destino escolhido, o período migratório de cada animal e as cheias dos rios como no caso do Delta Okavango em Botswana.
O que levar na mala para um safári na África do Sul?
Não se preocupe com roupas elaboradas no safári. O objetivo é ficar confortável e não chamar muito a atenção dos animais, portanto, leve peças casuais. É importante também evitar cores muito chamativas e perfumes fortes.
A mala precisa conter basicamente calças, bermudas – ou aquela calça que vira bermuda – e blusas leves, de preferência em em tons pasteis. Um casaco corta vendo é ótimo porque a temperatura costuma ser mais baixa tanto no comecinho da manhã quanto no final do dia. Tênis ou bota de trekking para as caminhadas são essenciais. Óculos de sol e chapéu ou boné também são acessórios muito importantes.
A dica básica é: leve roupas confortáveis e calçados mais confortáveis ainda, porque, mesmo que você não vá fazer nenhuma trilha, os passeios podem incluir algumas caminhadas. Independente da época do ano escolhida, levar uma blusa de frio é fundamental.
Os trajes para o jantar são mais casuais, ou seja, calças jeans, camisas, blusas ou vestidos estão de bom tamanho.
O que levar na necessaire? Itens de cuidados básicos
Leve um bom repelente, pois há muitos insetos e mosquitos por lá (de preferência da marca Exposis porque tem uma durabilidade grande como anunciado). Protetor solar é fundamental, porque, mesmo no inverno, o sol brilha forte e é melhor não bobear com os raios UV. Aqui eu também acrescentaria um spray ou similar para proteger o cabelo desses efeitos.
Como você já deve estar imaginando, o clima na África do Sul e na savana onde acontecem os safáris é muito seco e nossa pele sente rapidamente, por isso é importante ter um hidratante para usar depois dos passeios.
Considere acrescentar água termal, lenço umedecido, hidratante labial, soro fisiológico ou spray nasal (para amenizar o desconforto causado pelo clima seco), além de itens de higiene pessoal.
O que levar na mochila ou mala de mão?
Lembre-se sempre de levar todos os seus pertences de valor na mala de mão, de preferência numa parte que possa ser trancada com cadeado:
- Passaporte (claro!)
- Adaptador de tomadas universal
- Certificado internacional de vacinação contra febre amarela
- Uma troca de roupa para imprevistos
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Farmacinha básica
Não esqueça de levar aqueles remédios que você está acostumado a tomar quando sente uma dorzinha de cabeça, um resfriado chegando ou um mal-estar qualquer. Antisséptico para mordicas de insetos, antialérgicos e colírio hidratante também são itens importantes.
Vacinas
Para viajar para a África do Sul, é necessário tomar a dose completa da vacina contra febre amarela, por isso, não esqueça de de se vacinar e de providenciar a carteirinha internacional de vacinação. Não deixe para a última hora! É preciso tomar essa medicação com, no mínimo, 10 dias antes do embarque.
Ainda existem regiões que não são livres de malária, mas as chances de contrair a doença são escassas. Em todo caso, como você está levando um bom repelente na mala, não é preciso ficar preocupado.
A Madikwe Game Reserve, na região de North West, por exemplo, e o famoso Kruger Park, são considerados zonas livre de malária. Se a preocupação ainda assim for muito grande, procure um médico antes da viagem e peça orientação.
O Sundaycooks viajou a convite do turismo da África do Sul e da South African Airways em 2015 e em 2016 a convite da LATAM.
Safaris. Uma indústria totalmente predatória.
Lamentável o mundo ver isso com tanta passividade.
Amei as discas.
Mês que vem estou indo para África e quero saber se seria possível você passar o telefone do Guia LUIZ
Oi, Rômulo.
O Luiz é demais 🙂
O email de contato é Luiz Mteka – [email protected]
Boa viagem e aproveitem essa experiência inesquecível.
Olá Natalie! Parabéns pelos seus artigos, em especial os da África do Sul são muito bons! Gostaria de saber se vc possui mais algum contato do guia Luiz, pois não consegui retorno dele através do email [email protected]
Se vc puder me passar mais algum outro contato dele ou mesmo puder indicar algum outro guia que realize tours em português, te agradeço muito. Abraço e mais sucesso!
Oi, Amanda. Tudo bem?
Que bom que os posts estão te ajudando 😀
Será que ele responderia pelo Facebook? Aqui vai o link: http://www.facebook.com/luiz.mteka
Boa sorte!
Natalie, você acha seguro dirigir sozinha de Joanesburgo até o Madikwe? O preço do transfer para uma pessoa só é maior que a diária do lodge!
Oi, Renata. Tudo bem?
Me pareceu bem tranquilo dirigir nas estradas da África do Sul. Tem vários postos de serviços pelo caminho com uma boa infraestrutura. Só leve em consideração que são cerca de 5 horas de viagem até Madikwe e que o país adota a mão inglesa, então lá o pessoal dirige no lado oposto ao que estamos acostumados. Eu também compraria um chip de celular e levaria as informações da rota offline, caso o GPS não funcione.