Não dá pra negar: Bariloche é realmente um dos destinos mais queridinhos do turista brasileiro na Argentina, perdendo apenas para a figurinha carimbada Buenos Aires. Quando começa a temporada de frio, então, as ruas são tomadas por camisas canarinho e a cidade passa até a receber um apelido curioso: “Brasiloche”.
Bariloche não é apenas um destino de inverno
Essa região não é apenas um roteiro ideal para o inverno, ela também combina muito bem com os meses mais quentes do ano.
Ao desembarcar do Cruce Andino, retornei pela terceira vez à cidade e me dei conta de que ainda não havia publicado aqui uma sugestão de roteiro por Bariloche. Então aí vão alguns pitacos meus para quem quer aproveitar o melhor desse trecho da patagônia argentina, tanto no inverno quanto no verão.
Onde ficar em Bariloche?
Bariloche é repleta de opções de hospedagem que vão, desde hostels para a molecada, até hotéis mais elegantes e cabanas charmosas de frente para o lago. Dessa vez, fiquei hospedada no Edelweiss, bem no centro da cidade, um hotel muito procurado por brasileiros devido à sua localização central. Ao fazer a reserva, peça pelos quartos recém-reformados.
No post sobre onde se hospedar em Bariloche, você encontra outras dicas e sugestões de hospedagens baseadas em localização, boas avaliações e infraestrutura.
Onde ficar em Bariloche: Os 5 melhores hotéis
Como sair do aeroporto de Bariloche e se locomover pela cidade?
Para chegar até Bariloche, você precisará fazer uma conexão em Buenos Aires, e do aeroporto até o centro são cerca de 25 minutos de carro. Os táxis ou remis (um tipo de táxi comum na cidade que só circula a preço fechado) costumam cobrar de 20 a 30 dólares a corrida, mas os preços podem variar e muito dependendo da sua negociação.
Para circular pela cidade, você pode contratar traslados com as agências locais, usar o transporte público, chamar um táxi ou alugar um carro.
Muitas atrações em Bariloche possuem ligações de transporte público, mas, para usá-lo, você precisará comprar um cartão chamado SUBE e recarregá-lo com o quanto irá usar. Seu hotel poderá informar sobre onde comprar e quais linhas pegar. Aí vão algumas que podem te ajudar:
- Linha 20 vai até o hotel Llao Llao e passa em frente ao Cerro Campanário
- Linha especialvai até o Cerro Catedral
Vale a pena alugar carro em Bariloche?
Com certeza essa opção te dará muito mais autonomia e liberdade, porém, no inverno, só vale a pena cogitar essa saída no inverno se você se sentir confortável em dirigir na neve ou nas pistas com gelo derretendo. Viajando nas outras épocas do ano, essa é a saída perfeita. Veja ofertas de aluguel de carro em Bariloche.
Qual moeda levar para Bariloche?
A Argentina ainda enfrenta um período de hiperinflação e consequentemente valorização do dólar, para entender um pouco mais desse tema, recomendo que você consulte nosso texto sobre Qual Moeda Levar para a Argentina e tire todas suas dúvidas por lá.
Qual é a melhor época para visitar Bariloche?
A grande maioria dos brasileiros que querem conhecer Bariloche, visitam a cidade durante o inverno. A temporada de neve vai normalmente do final de junho/começo de julho até meados de setembro, mas infelizmente os últimos anos têm sido imprevisíveis devido aos efeitos das mudanças climáticas.
Visitar a região no verão pode ser uma ótima escolha também. Você abre mão de ver o Cerro Catedral coberto de neve e dos passeios de frio, mas é surpreendido por um agradável clima, por dias com um céu perfeitamente azul e opções de atividades diferentes.
Onde comer em Bariloche?
El Patacón
Em Roma como os romanos, certo? Então para provar belos cortes de carnes argentinas e patagônicas, o El Patacón é uma ótima escolha. Apesar do ar meio turistão, o restaurante oferece porções bem generosas e ainda conta com um cardápio especial para vegetarianos e celíacos.
Cassis
O Cassis é um dos endereços mais especiais de Bariloche e pouco comentado aqui no Brasil. Uma pena, tendo em vista o trabalho do chef que é todo baseado numa cozinha autoral argentina com um quê de europeia e feita apenas com produtos locais. O ambiente elegante e discreto é o toque especial.
Chá da tarde no Hotel Llao Llao
Para terminar o dia mais doce, lembre-se de fazer uma reserva para o chá da tarde no clássico hotel Llao Llao. Apesar de ser aberto ao público, eles não ganham no quesito super simpatia, mas a vista de lá e os doces valem a esticadinha.
Chocolates de Bariloche
Se você for fã de chocolates, vá com calma na calle Mitre, a principal rua do centro e que abriga as lojas mais famosas de chocolates de Bariloche. Na Rapa Nui, pergunte pelas linhas mais premium e prove um chocolate mais puro e com menos gordura hidrogenada.
Restaurantes de Bariloche: o melhor da gastronomia regional
Cervejarias de Bariloche
Um movimento interessante que tem crescido nos últimos anos na Patagônia e também em Bariloche são as microcervejarias. Se você gosta de provar cervejas locais, a rua Ada Maria Elflein, no centro da cidade, é o lugar ideal para terminar todas as suas noites.
As cervejarias Ruta 40, Antares, Manush, Berlina e Bachamann têm bares próprios praticamente um ao lado do outro. Dá até para seguir pulando de bar em bar.
Roteiro de 4 dias em Bariloche
As sugestões de itinerário abaixo são pensadas para quem quer provar a experiência na neve e desconsidera o dia de partida.
Dia 1
O dia de chegada geralmente é meio tumultuado e cansativo: viagem com conexão, mala, check-in, táxi, hotel… Como tudo depende do horário de chegada do voo, vamos considerar esse primeiro dia ligeiramente perdido. A dica é aproveitar para conhecer o centro de Bariloche, as imediações do centro cívico, a igreja, a calle Mitre – onde ficam as principais lojas, fábricas de chocolate e supermercados.
Esse também é um bom momento para pesquisar os preços dos passeios nas agências locais. Não deixe de caminhar pela avenida que beira o grande lago Nahuel Huapi, pois é uma região bem bonita. Se quiser já entrar no clima, uma das cervejarias da rua Ada Maria Elflein ou um chá da tarde no hotel Llao Llao são boas escolhas.
Dia 2
Algumas pessoas podem indicar para esse dia um passeio chamado Circuito Chico, que percorre alguns mirantes beirando o lago, e a subida ao Cerro Otto. Dentre todas as opções de atividades na cidade, eu considero esses dois programas os mais turistões, por isso vou sugerir um outro esquema.
Comece o dia se jogando no esquibunda em Piedras Blancas. É muito divertido deslizar na neve e você ainda sobe de teleférico e tem uma bela vista da região. Ingresso: 33 dólares.
Depois do almoço no El Patacón, é hora de fazer um programa mais light e o Cerro Campanário é ideal. Se o dia não estiver muito nublado, a vista lá do alto é algo espetacular. Do mirante é possível ver o Lago Nahuel Huapi, o emblemático Hotel Llao Llao e a cadeia de montanhas no horizonte. Meu passeio favorito na cidade. Ingresso: 11 dólares (o horário de funcionamento do teleférico está sujeito às condições do clima).
Dia 3
É hora de esquiar! Reserve um dia inteiro do seu roteiro para aproveitar um dos maiores centros de esqui da América do Sul: o Cerro Catedral. Mas vá com uma pitada de paciência, pois as filas costumam ser grandes para os meios de elevação e você ainda vai precisar investir um tempo para comprar os passes de acesso e alugar os equipamentos e roupas. Ingressos: os valores podem variar de acordo com as atividades compradas e o número de acompanhantes. Consulte tabela oficial no site.
Se ainda restar um pouco de fôlego e alguns (muitos obamas) na carteira, vale fazer o passeio no Refúgio Arelauquen. É uma experiência inusitada dirigir uma moto de neve montanha a cima e ainda terminar a noite provando foundue numa cabana com vista para Bariloche. Valor não divulgado.
Dia 4
Com tantos belos lagos ao seu redor, um passeio de barco não poderia ficar de fora do roteiro. Um dos itinerários mais procurados é o tour de barco pelo lago Nahuel Huapi até o Bosque de Arrayanes e a ilha Victoria. Ingresso: 50 dólares mais 11 dólares pelo traslado entre Bariloche e o Puerto Pañuelo.
Outro passeio interessante é o que segue até Puerto Blest e Cascata dos Cântaros. Nesse trecho já é possível sentir um pouco do clima do Cruce Andino ou Cruse de Lagos. Ingresso: 70 dólares, incluso extensão até o Lago Frías, mais 11 dólares pelo traslado entre Bariloche e o Puerto Pañuelo.
Com mais alguns dias disponíveis, ainda é possível estender o roteiro até o Cerro Tronador, a pequena cidade de El Bolsón e o Lago Puelo, ou a Rota dos Sete Lagos, passando ou ficando na minha queridinha Villa la Angostura. Uma curiosidade: essa rota foi indicada pelo New York Times como um dos destinos imperdíveis para 2016.
Viajando no verão para Bariloche
No verão, os passeios de neve dão lugar a uma gama de atividades de ecoturismo como rafting, trilhas, caiaque caminhadas, arvorismo e uma infinidade de passeios ao ar livre. Também é um período ótimo para conhecer os principais mirantes como o Cerro Campanário e ainda fazer as navegações com condições climáticas mais favoráveis e estáveis.
Como faço para reservar os passeios de Bariloche?
Não precisa se preocupar em sair daqui do Brasil com tudo organizado. Bariloche tem muitas agências de receptivo que organizam todos os passeios para os turistas e seu hotel ainda pode te indicar alguma delas. Deixe para agendar seus escolhidos no dia da chegada, aproveitando as condições climáticas. A principal empresa da cidade se chama Turisur. No site deles também é possível consultar a varrição dos preços para todos os passeios oferecidos pela região.
A Lorena Williams foi a guia de turismo que me atendeu em 2014 e fala português ([email protected]). Os preços sugeridos no post foram baseados na conversão oficial, mas, tendo em vista a atual inflação na Argentina, eles podem se desatualizar rapidamente.
Leia mais
O Sundaycooks viajou a convite da INPROTUR em 2014 e em 2015 a convite do Cruce Andino.
Olá, parabéns pela matéria o site de vocês é Show!!
Me digam uma coisa é difícil comprar os passeios em Bariloche no momento em que chegar lá? Vocês recomendam fechar os passeios com as agências antes da viagem? tem alguma dica de agencia de passeios por lá?
Pretendo ir na 2ª quinzena de maio agora.
Obrigado!!
Oi Arthur.
Imagino que você já tenha ido, né? Como foi a viagem?
Em todo caso, você pode deixar para comprar lá em bariloche mesmo. Na Calle Mitre, a principal da cidade, tem muitas agências, normalmente as mais caras tb. Na esquina com a loja oficial da aerolineas argentinas, subindo o quarteirão, tem uma agência de receptivo bem legal.
Oi Natalie e Fred,
Excelente post e dicas! 🙂
Fiquei com uma dúvida: estando de carro, é necessário fechar passeio com agência? Ou é possível ir sozinho por conta própria e comprar os ingressos nos lugares?
Obrigada desde já!
Boa dúvida, Marianne!
Os passeios de barco, Cerro Catedral, Campanário e Piedras Blancas possuem bilheterias próprias logo na entrada. No geral, em Bariloche todos os passeios são bem tranquilos de serem reservados mesmo viajando por conta própria e de carro. O único que você precisaria mandar um email ou telefonar com antecedência é o jantar nórdico – aquele com passeio de moto de neve e foundue.