Era nosso último dia pelo Valle Sagrado. Nosso trem partiria a noite de Ollantaytambo para Aguas Calientes e a nossa ansiedade já era visível. Ainda bem que a programação do dia nos reservava ótimas surpresas e muita história interessante pela frente.

Valle Sagrado - Montanhas nevadas

Terceiro dia no Valle Sagrado

Esse dia foi, sem dúvida, o dia das estradas mais bonitas, das paisagens que não imaginávamos que poderiam cruzar nossos caminhos. Picos nevados, pastores de ovelhas, estradas de terra, vilarejos praticamente esquecidos no tempo passaram por nós.

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Valle Sagrado - pastoreio em estradas de terra

Chinchero

Primeira parada do dia: Chinchero. Uma pequena aldeia Inca devastada pelos espanhóis e famosa por suas ruínas históricas.

Valle Sagrado - Chinchero

Aqui, a altitude também manda lembranças. E eu achando que Tambomachay era o lugar mais alto que visitaríamos nessa viagem…

Valle Sagrado - Chinchero - detalhe no alto das casas

Em Chinchero já é possível avistar os picos nevados de Salcantay e as distantes cadeias montanhosas de Vilcabamba e Urubamba que formam um belo cenário para a região.

Valle Sagrado - Chinchero - montanha nevada

Ao domingos, acontece a feira de alimentos em Chinchero e, até hoje, muitas das transações são feitas a base de trocas. Ao término da feira, os moradores caminham até a igrejinha para ouvir a missa que ainda é feita em Quechua, dialeto oficial dos Incas.

Valle Sagrado - Chinchero - cruz em frente à igreja

Lá visitamos basicamente a Igreja da Virgem da Natividade de Chinchero, uma igreja colonial feita em adobe e construída sobre fundações incas, e a Praça Central onde alguns moradores tentam vender artesanatos para os turistas que por ali passam.

Valle Sagrado - Chinchero - corta-grama para quê? :P

Moray

A próxima parada estratégica era em Moray, praticamente dentro de um capítulo de qualquer série do History Channel.

Valle Sagrado - Moray

O que aquelas famosas terraças em formato circular representavam para os Incas?

As teorias são as mais diversas possíveis, incluíndo uma que diz que Moray era um grande anfiteatro. A teoria mais viável é que a região representava um tipo de estação de desenvolvimento de agricultura, uma espécie de laboratório agrícola. Lá os Incas testavam sementes, colheitas e o solo. Dizem até que cada nível de Moray possuía seu próprio microclima, com diferenças de mais de 1 grau de temperatura entre elas.

Valle Sagrado - Moray e montanhas ao fundo

Os Incas também consideravam Moray o umbigo do mundo. Até hoje muitos turistas, que procuram a região por motivos místicos, vão a Moray fazer homenagens à Pacha Mama (mãe natureza), levando folhas de coca e batatas.

Atente-se para o detalhe: excursões rápidas em grandes ônibus não costumam descer até o centro de Moray. Eles passam poucos minutos observando a região no mirante e já partem para o próximo destino 🙁 Somente grupos pequenos costumam descer até o centro. Garanto que isso faz toda a diferença na compreensão sobre como funcionava Moray (e no teste da sua capacidade física a 3800m de altitude).

Valle Sagrado - Moray - umbigo do mundo

Salineras de Maras

Quando eu pensava em regiões cobertas de sal, logo me vinham à mente o deserto do Uyuni na Bolívia ou no Pamukkale na Turquia. Eu realmente desconhecia as Salineras de Maras.

Valle Sagrado - Salineras de Maras

Ao chegar lá, fomos surpreendidos por um grande terraço na encosta da montanha coberta por sal e barro.

Valle Sagrado - Salineras de Maras - poças de secagem de sal

As Salineras de Maras são formadas por 4 mil “poças” de sal cristalizado originário de uma fonte de água subterrânea a muitos quilômetros dali.

Valle Sagrado - Salineras de Maras - rio ao longe

Cada poça produz cerca de 300 quilos de sal por mês e cada família de Maras é responsável pela manutenção e extração de 40 poças.

Valle Sagrado - Salineras de Maras - montanhas

Se você tiver a oportunidade, coloque o dedo na água que vai até as poças e veja o que ela faz com eles :mrgreen:

Valle Sagrado - Salineras de Maras - Fred e seu chapeuzinho

Ollantaytambo

A última etapa do nosso dia foi Ollantaytambo, apelidada carinhosamente por Ollanta. A cidade representava o fim da nossa visita ao Valle Sagrado e a despedida do nosso guia que nos acompanhou ao longo desses três intensos dias respondendo prontamente a cada pergunta pentelha que fizemos, a cada teoria da conspiração e a cada lamento sobre política na América Latina.

Valle Sagrado - Ollantaytambo - montanha em frente às ruínas

Ollanta é uma das regiões mais visitadas no Valle Sagrado pelos turistas que seguem caminho rumo a Machu Picchu. Se você quer visitar as ruínas com mais calma, sem trombar com muitas excursões, a dica é dormir uma noite na cidade e visitar as ruínas logo pela manhã antes dos grupos chegarem.

Valle Sagrado - Ollantaytambo - ruínas

O complexo de ruínas de Ollantaytambo é grande e você encontrará diversas características da cultura Inca: grandes sistemas de irrigação, um templo de coroação e uma grande área para adoração e observação astronômica.

Valle Sagrado - Ollantaytambo - mais ruínas

Ollanta, encerrou com chave de ouro mais essa etapa da viagem que era um grande sonho para nós. Era hora de seguir para a estação de trem e partir para Aguas Calientes.

Valle Sagrado - Ollantaytambo - portões na base

Apesar de todo o cansaço, eu mal consegui dormir aquela noite