A arquitetura é uma arte muito mais complexa do que o entendimento do espaço, do volume, das estruturas e dos desenhos. Ela conta muito sobre a maneira como nos relacionamos e nos organizamos como sociedade. E essa talvez seja uma das grandes belezas do turismo arquitetônico: conhecer outros destinos e entender mais sobre seu passado, presente e futuro.

Viagem e arquitetura andam lado a lado e, por experiência própria, só nos sentimos em outro país quando olhamos em volta e notamos as cidades e suas construções singulares. Por isso, selecionamos 5 destinos arquitetônicos que mesclam concreto e vida urbana de uma maneira única (tenho uma preferência especial pelo número 3).

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Turismo arquitetônico: 5 destinos de viagem para fãs de arquitetura

Chicago

A primeira parada da lista é Chicago. Como as grandes cidades dos Estados Unidos como Nova York, San Francisco, Los Angeles ou Denver, a Chi-Town é dominada pelos arranha-céus modernos e novos projetos de sustentabilidades (numa tentativa de diminuir os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida dos seus moradores)

Grandes painéis de vidro formam as construções de vanguarda que refletem o sol pelas ruas da cidade. Em contraste, os prédios históricos e mais baixos acabam sendo um alívio para o pescoço já que não precisamos ficar encostando a cabeça na nuca para vê-los por completo.

Um dos destaques arquitetônicos de Chicago é o Crain Communications Building. Tentem imaginar um prédio comum, com grandes janelas, mas que foi cortado no meio em diagonal assim como um samurai corta um bambu com sua katana. A parte “cortada” do prédio tem painéis de LED que formam mensagens.

Mais adiante, mesclando ainda mais a viagem com a arquitetura, temos o feijão gigante de metal The Cloud Gate, o teatro a céu aberto Jay Pritzker Pavilion, entre outras construções incríveis. A maioria das obras queridinhas dos arquitetos modernosos de Chicago fica ali no entorno do Millenium Park, assim como os principais museus da cidade que também dão show.

A arquitetura é tão valorizada em Chicago que a Architecture Center (o centro de arquitetura) oferece diversos tours a pé, passeios de ônibus e de barco com foco nas construções da metrópole.

Chicago é, sem dúvida, um dos grandes destinos para todo fã de arquitetura.

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Hamburgo

Hamburgo é um prato cheio para quem quer mesclar viagem com arquitetura. Isso porque, diferente de Berlim ou Munique, a cidade é uma das mais que mais manteve o estilo neorrenascentista. O que não quer dizer que a cidade não traz estilos mais modernos em suas construções. O exemplo mais recente é o Elbphilharmonie.

O prédio da filarmônica, inaugurado em 2016, é dedicado a realização de concertos de música. Porém, tem como grande trunfo, trazer uma vista de 360° de toda Hamburgo com um observatório bem no meio. Quase como uma varanda que contorna toda a construção.

Apesar da modernidade, foi a preservação de um estilo clássico que tornou muitas das construções de Hamburgo em patrimônios da Humanidade UNESCO. Waterhouse District, o bairro revitalizado após a destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, ou Kontorhaus, local dos primeiros arranha-céus da Alemanha (que nem chegam perto em altura das construções mais modernas da cidade), são apenas alguns exemplos desse legado arquitetônico.

Hamburgo combina viagem e arquitetura na Alemanha de maneira única. A cidade tem obras e bairros completamente futuristas e ares bem diferentes de Berlim.

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Vancouver

Olhar para o panorama de uma cidade moderna, mas que integra perfeitamente a natureza, formando cenários ao mesmo tempo urbanos e cheios de áreas verdes.

O Canadá é um país “novo”. Um dos caçulas da história da formação das sociedades em todo o mundo. Por isso, o estilo mais recorrente é o modernista com adaptações locais, chamado de West Coast-style, uma herança do fim da Segunda Guerra Mundial. Com isso, as construções e prédios de Vancouver foram construídos priorizando o cenário natural da costa e das montanhas rochosas ao oeste da cidade.

Uma indicação de um cenário que traz a arquitetura moderna em harmonia com a natureza, é o Canadá Place de Vancouver. Um pier, de onde saem as balsas para North Vancouver, um dos melhores panoramas da cidade.

Vancouver é o exemplo perfeito de harmonia entre construções vanguardistas e vida tranquila na cidade grande,

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Machu Picchu

E quem disse que só prédio espelhados ou de vigas gregas são belos exemplos de arquiteturas inovadoras?

Machu Picchu é um dos sítios arqueológicos mais reconhecidos e visitados de todo o mundo. É aqui que a arquitetura do antigo povo Inca teve sua maior parte preservada. Simplesmente uma das 7 maravilhas do mundo moderno, patrimônio mundial da UNESCO.

Quando estiver de passagem pelo Peru, principalmente visitando Lima ou Cusco, você estará cometendo um pecado de viagem se não conferir a arquitetura e beleza natural de Machu Picchu.

Sabendo chegar até lá (a propósito, você tem que ir de trem), com ingresso na mão e pique para a subida até o sítio arqueológico, você contempla um dos maiores tesouros da humanidade.

É muito curioso entender a organização social da cidadela Inca e as tecnologias criadas por esse povo tão visionário.

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Budapeste

Budapeste é mais um destino que consegue surpreender quem adora grandes obras. A capital da Hungria é mais uma das grandes cidades europeias que preservou muito bem sua história, contada e marcada na arquitetura.

Isso porque a cidade, assim como outros destinos populares na Europa, incorporou diversos estilos ao longo dos séculos de história.

O estilo barroco é visto nas igrejas e catedrais construídas pelo clero nos séculos 17 e 18, como grandes destaques a igreja de Santa Ana (Felsővízivárosi Szent Anna templom) e o parlamento húngaro às margens do rio Danúbio.

Já a Art Nouveau é muito popular na Hungria por ter sido adotada por diversos arquitetos e artistas, assim muitas construções de Budapeste unem esses traços com elementos de arte húngaro, da Transilvânia e do leste europeu. Um exemplo disso é o Museu de Artes Aplicadas de Budapeste.

Um dos mais marcantes é o estilo Bauhaus. Tendo ganho popularidade nas décadas de 1930 a 40, muitos prédios residenciais, cinemas e igrejas da cidade levam esse estilo, principalmente os bairros de Újlipótváros e Margit Körút.

Aliás, para quem é fã desse estilo de arquitetura, é só passar na rua Napraforgó, onde todas as casas levam o estilo Bauhaus. O motivo foi o conselho de Obras Públicas de Budapeste querer fazer uma homenagem, em 1931, a uma rua de Stuttgart, na Alemanha. Desde então, o local é marcado por esses traços arquitetônicos.

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