Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura e considerado um dos poetas mais importantes da língua espanhola, Pablo Neruda é um personagem forte da cultura chilena. O autor deixou três casas na região de Santiago: La Chascona, na própria capital, La Sebastiana, em Valparaíso, e a casa de Isla Negra, todas abertas à visitação pública.

Mesmo que apenas uma delas esteja localizada dentro na capital chilena, os deslocamentos até Valparaíso e Isla Negra são fáceis – ainda mais para quem aluga um carro para visitar vinícolas da região ou para quem tira alguns dias extras para passear pelas redondezas.

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Conhecendo as Casas de Pablo Neruda, no Chile

Neruda lembra minha infância. Minha tia guardava alguns livros do autor e sempre deixava que eu brincasse com seus versos e, mesmo sem entender o real sentido daquelas palavras, me conectei a elas. Por isso, não poderia deixar de conhecer os endereços onde o poeta viveu momentos intensos de sua vida e onde criou suas obras.

É difícil eleger qual das três casas é a mais bonita. Há quem goste mais da casa de Valparaíso, outros preferem a de Santiago, mas eu fiquei mesmo impressionada com a de Isla Negra. Uma vez lá dentro, me lembrei da casa da Frida Kahlo na Cidade do México, talvez pelos traços deixados em cada casa ou pela coleção de objetos diferentes que ainda retratam a personalidade forte de cada artista.

Entrar no universo de Neruda é um programa interessante para quem quer conhecer um pouco sobre a história recente do Chile, pois ele foi uma das figuras mais emblemáticas do país, ajudando a literatura da América Latina a trilhar novos caminhos ao narrar seus amores e as belezas de seu país e também por criticar seriamente os rumos da política chilena.

Se você se identifica com os poemas e ideias do Neruda, nada melhor do que conhecer suas antigas casas e entrar em contato com a mente criativa e questionadora desse grande autor latino-americano. Veja o que cada uma das casas do famoso escritor chileno oferece e escolha qual você prefere visitar (ou se vale conhecer todas).

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La Chascona, em Santiago

La Chascona é a casa mais fácil de ser visitada, não apenas porque fica em Santiago, mas também porque está num bairro de acesso tranquilo e onde é ótimo passear: o Bellavista. Essa área é repleta de restaurantes, destino noturno de quem quer se divertir aos pés do famoso Cerro San Cristóbal. Dá para encaixar sem problemas no seu roteiro.

Escondida em uma rua discreta e sem saída, essa casa em formato de barco, construída em 1953 para o amor secreto do autor na época (Matilde Urrutia), guarda objetos dele e também uma pinacoteca com obras de vários artistas chilenos. Tudo é explicado por um audioguia em várias línguas – incluindo o português.

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La Chascona

  • Endereço: Fernando Márquez de la Plata. Site.
  • Horários: entre março e dezembro: de terça a domingo, das 10 às 18h; entre janeiro e fevereiro: de terça a domingo, das 10 às 19h. Fechado na segunda-feira.
  • Ingressos: 7 mil pesos, adulto (incluindo o audioguia)
  • [email protected]

La Sebastiana, em Valparaíso

Não confunda: La Sebastiana também fica num bairro com Bellavista no nome (Cerro Bellavista) e também tem formato de barco. Mas ela está em Valparaíso, a pouco mais de 120 km de Santiago.

“Ni muy arriba ni muy abajo” nos morros da cidade, mas com vista privilegiada da baía aos seus pés, La Sebastiana foi comprada por Neruda em 1959 e era a preferida dele para passar os finais de ano. Foi nela, por exemplo, que o poeta passou o seu último réveillon, de 1972 para 1973.

Hoje, ela é mais um dos museus de Neruda com suas coleções de mapas antigos, pinturas relíquias do porto de Valparaíso e outras peças.

La Sebastiana

  • Endereço: Ferrari 692. Site
  • Horários: entre março e dezembro: de terça a domingo, das 10 às 18h; entre janeiro e fevereiro: de terça a domingo, das 10 às 19h. Fechado na segunda-feira.
  • Ingressos: 7 mil pesos, adulto (incluindo o audioguia)

Isla Negra, a casa à beira mar

A mais antiga das casas de Pablo Neruda, Isla Negra (que antes se chamava Las Gaviotas) foi comprada quando o poeta retornou da Europa e estava em busca de um lugar para se dedicar ao seu livro Canto General. Ela foi crescendo “como uma árvore” – nas palavras do poeta – e se tornou o local onde ele escreveu algumas das suas obras mais importantes.

Isla Negra também foi a última morada de Neruda. Em 19 de setembro de 1973, pouco depois do golpe de estado do Chile, o câncer obrigou que ele fosse levado às pressas para um hospital da capital, onde morreu 4 dias depois. Em 1992, seus restos mortais foram levados de volta a Isla Negra, onde estão até hoje.

Ao visitar Isla Negra, a vista para o Pacífico e o barulho do mar vão te acompanhar durante todo o trajeto. É nessa casa que estão todos os símbolos das paixões de Pablo Neruda: o mar, a literatura, uma de suas esposas, os barcos e sua coleção de objetos angariados em suas andanças pelo mundo.

Além de visitar os diversos ambientes da casa, ainda é possível caminhar pela praia e descansar no café anexo à residência. A lojinha também tem alguns artigos interessantes como a coletânea completa do autor, alguns livros para crianças, camisetas e peças de cerâmicas diferentes.

A entrada é controlada, mas não é possível reservar um tour por ela; não é permitido fotografar os cômodos internos e o aluguel do áudio-guia é obrigatório, pois ele explica vários detalhes importantes da casa.

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Isla Negra

  • Endereço: Poeta Neruda s/n, Isla Negra. Site.
  • Horários: entre março e dezembro: de terça a domingo, das 10 às 18h; entre janeiro e fevereiro: de terça a domingo, das 10 às 19h. Fechado na segunda-feira.
  • Ingressos: 7 mil pesos, adulto (incluindo o audioguia)