Cusco é uma das cidades mais importantes do Peru não apenas por ter sido a capital dos incas ou por ser o maior ponto de partida para Machu Picchu. Ela também é um centro cultural e religioso do país, o que garante que tenha várias festas populares, principalmente nos meses do meio do ano. Melhor para nós, que temos mais chances de ver essas manifestações ao vivo em nossas viagens.
Festas típicas peruanas
A região de Cusco também é muito famosa por preservar festividades que retratam a riqueza da cultura andina e relembram hábitos ancestrais.
Quem sabe você não terá a sorte de passar pela cidade durante um dessas datas especiais?
Roteiro de viagem aprovado pelo Sundaycooks
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Inti Raymi: a festa do Sol
A Festa do Sol acontece no solstício de inverno, para celebrar o fim de um ano e o início de outro.
A comemoração toma conta de Cusco por alguns dias, com festas, danças, desfiles e trajes típicos nas ruas e com o ritual religioso mais importante acontecendo dia 24 de junho.
Nessa data, todo mundo acorda cedo para ver a invocação ao sol, em Qorikancha. Depois sai em procissão até a Plaza de Armas e segue para Sacsayhuamán, onde acontece a cerimônia e o sacrifício de duas lhamas (fique tranquilo! É tudo encenação).
O Inti Raymi é a celebração típica do povo peruano para relembrar suas tradições incas mais famosa e atrai turistas do mundo todo.
Como é o Inti Raymi ou Festa do Sol
Leia abaixo um relato da nossa amiga e leitora, Zania Lajes, que participou da festa:
Não foi intencional. Quando fechei as datas do roteiro me dei conta de que estaria em Cusco bem nos dias do Inti Raymi. Li que a cidade se transformava completamente nesses dias e foi assim que a conheci: cheia, charmosa e agitada. Na Plaza de Armas, a estátua do inca Huacaypata é toda decorada para este momento.
Caminhei um pouco pela cidade e, quando regressei à praça, estava passando um desfile que terminava em frente à Catedral de Cusco. Eram alunos de uma faculdade que apresentavam danças com trajes típicos.
Na sexta à noite, mais desfiles e festa no centro histórico. No sábado já pude observar os preparativos. Em várias praças, as pessoas arrumavam roupas e ensaiavam danças. Em Qorikancha também havia ensaio da encenação do ritual.
O dia 24 de junho, que é o ponto alto da festa, caiu em um domingo. A encenação aconteceu em três pontos da cidade, começando em Qorikancha, onde é realizado a invocação ao Sol.
Segui para a Plaza de Armas, onde havia uma multidão enorme. Até tentei acompanhar e cheguei a ouvir algumas frases que eles falam em quéchua, então reparei que muitas pessoas seguiam caminhando para o Sacsayhuamán, onde a encenação é finalizada.
Do alto, pude ver a praça lotada e os participantes dançando. Fiquei um tempo observando ali e continuei minha caminhada, junto a centenas de cusquenhos e turistas.
Quando cheguei em Sacsayhuamán, já havia muita gente e os lugares de melhor visão já estavam tomados. Achei um canto onde conseguia ver o pátio, mas não enxergava o palco onde o Inca conduz o ritual.
Minha dica pra quem quer conhecer de perto a celebração do Inti Raymi é procurar nas agências locais os pacotes oferecidos, pois eles fazem o deslocamento para os locais da encenação e reservam os melhores lugares.
Na Plaza de Armas a noite, depois que a festa já havia terminado, muitos participantes se reúnem em rodinhas bem animadas para tocar e dançar. Parecia a comemoração de mais um dever cumprido.
Onde: Começa em Qorikancha, passa pela Plaza de Armas e termina em Sacsayhuamán.
Quando: 24 de junho
Ingressos: é preciso reservar com bastante antecedência os ingressos no site da EMUFEC (Empresa Municipal de Festejos del Cusco) ou com uma agência do Peru para conseguir ver toda a encenação em Sacsayhuamán nas arquibancadas montadas especialmente para o evento.
Preço: a partir de 150 dólares para adultos, mas é possível ficar de pé fora das arquibancadas e longe da encenação.
Corpus Christi
Essa celebração de fé começa na noite anterior, com a vigília, quando são servidos chiriuchu (porquinho da índia com pimenta), pães de milho e chicha, uma bebida fermentada popular entre os peruanos. Na manhã seguinte, a praça principal da cidade é o palco dos coloridos desfiles embalados por cânticos, com imagens de santos e virgens trazidos de vários cantos de Cusco. Todos terminam entrando na catedral para as cerimônias, antes de voltarem para suas igrejas nos seus distritos.
A data do Corpus Christi é móvel e sempre acontece 60 dias depois da Páscoa.
Planeje sua viagem:
Senhor dos Terremotos (Señor de los Temblores)
A procissão do Senhor dos Terremotos acontece na segunda-feira que dá início à Semana Santa. O homenageado em questão é uma imagem de Cristo negro com mais de 600 kg, adornada com ouro e pedras preciosas, que só sai da Catedral de Cusco para a cerimônia, quando é carregada por mais de 40 homens pela Plaza de Armas e por outras vias da cidade.
A tradição começou em 1650, quando a imagem foi trazida às ruas durante um terremoto e coincidiu com o fim dos tremores, fazendo com que a população acreditasse no poder do Cristo negro sobre os movimentos das placas tectônicas. Hoje, as casas são enfeitadas para a festa, o que faz com que ela seja uma das mais coloridas de Cusco.
Páscoa
Na continuação da procissão do Senhor dos Terremotos, os festejos de Páscoa também têm procissões e imagens carregadas pela cidade, nos ombros dos milhares de fiéis. Mas a melhor parte é a tradição de comer doze pratos diferentes para lembrar os 12 apóstolos de Cristo, incluindo sopas, cozidos e doces maravilhosos. No domingo, acontecem missas e mais cerimônias, antes do encerramento da Semana Santa.
Qoyllur Riti
Acontece no fim de maio ou início de junho, sempre na lua cheia. O local é o Vale Sinakara, no sul de Cusco, para onde são atraídos milhares de representantes de nações indígenas da América do Sul – dizem que mais de 10 mil pessoas viajam até a cidade todos os anos para o evento.
O objetivo do Qoyllur Riti é celebrar as estrelas, principalmente a constelação de Plêiades, para que as colheitas do ano seguinte sejam boas.
Ao longo do tempo, o festival milenar também ganhou tradições católicas e passou a celebrar uma pintura do Menino Jesus. Em 2011, a festa virou Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade, da Unesco.
Tire suas dúvidas sobre Machu Picchu:
Nossa Senhora de Carmen
Mamacha Carmen (Nossa Senhora de Carmen) é a padroeira dos mestiços e sua celebração, em julho, traz músicas em quechua – a língua local – e desfiles que contam a história do país. Quem gosta de emoção vai adorar ver as piruetas que os “demônios” fazem nos telhados das casas enquanto os fiéis são abençoados antes de vencerem por completo os seres do mal.
Santuranticuy
Fugindo bastante do meio do ano, Santuranticuy acontece em 24 de dezembro e seu registro mais antigo vem de 1834. Na época, os espanhóis vendiam santos nas escadas da Catedral de Cusco para espalhar os hábitos do Natal entre os indígenas – daí o seu nome, que significa “venda dos santos”. Hoje a festa reúne artesãos locais e é uma excelente oportunidade para comprar lindos objetos genuinamente peruanos.
Estou indo para Cuzco dia 21/6. Assistirei ao Inti Raymi. Quando voltar, conto pra vocês como foi. Ui, que friozinho na barriga…
Gisele,
por favor, nos conte como foi a sua experiência por lá nessa festa. Espero que seja ótima e que você aproveite bastante. Caso queira escrever um relato para os outros leitores aqui do Sundaycooks, a casa está aberta 😀
Oi Gisele, você conseguiu comprar entradas? Estou tentando há 1 semana e não consigo pela EMUFEC… Tem alguma outra dica? Chego dia 20 em cusco. Será que consigo comprar lá?
Abs
Oi Maria:
O Inti Raymi é uma festa linda, mas cansativa. Não vi a parte na Coricancha. A parte da Praça das Armas é a mais bonita. Para Sacsayuaman não comprei ingresso , pois já havia acabado, mas vimos bem do alto da montanha. E é bem demorado, por isso não fiquei até o final. Mas vale a pena participar da festa. Recomendo levar lanche e água, pois não se encontra nada que estejamos acostumados a comer, e os hábitos de higiene deles não são dos melhores. Espero ter ajudado de alguma maneira. Boa viagem.
Obrigado pelos detalhes, Gisele 🙂
Oi Gisele e Zania
Estou planejando ir a Cusco e há possibilidade de estar la durante a Festa do Sol.
Eu com certeza nao vou querer comprar a festa para assistir toda, mas a ideia de ver pequenas apresentações na rua e a cidade movimentada, me anima muito. Minha duvida é, vale a pena pegar todos os perrengues de uma cidade cheia para alguem que vai la pela primeira vez? E se eu for reservar dias para conhecer a cidade, Machu Picchu e etc, melhor fazer isso antes ou depois do dia da Festa?
obrigada!
Renata,
o período da festa do sol é considerado altíssima temporada em Cusco, pois a data atraí ainda mais turistas do mundo todo. Acredito que conhecer Machu Picchu e o Valle Sagrado antes ou depois da data não interfira muito no seu roteiro. A cidade deve ficar com um clima todo especial. Considere participar da festa para conhecer mais sobre a cultura inca 😉
Oi Pessoal, estou indo agora em junho pro Peru e posso ir na data da Festa do Sol, mas gostaria de saber, sinceramente, se já não é algo que perdeu a sua essência, que ficou meio turistão!
Outra dúvida, li em alguns lugares para ficarmos 3 dias em Cusco. Esses 3 dias incluem os do Vale Sagrado ou vocês acreditam que é interessante passar 3 dias inteiros somente em Cusco?
No Vale Sagrado, é possível ir dormindo nas vilas no meio do caminho ou sempre é feito o passeio que retorna para Cusco no fim do dia?
Obrigada!!!!
Oi Melina.
Já é uma encenação, a festa do Sol, mas nem por isso ficou chato. O carnaval nosso é 100% encenação e nem por isso as pessoas deixam de gostar 😉 Eu tenho curiosidade de ir nessa época. A grande questão é que é a altíssima temporada e tudo fica cheio e lotado.
3 dias em cusco = 1 aclimatação (dia de chegada) + 1 passeio pela cidade. O terceiro é dispensável se preciso ou usa como um para ficar de boa na plaza de armas pensando no que viu durante a viagem. Foi o que fizemos 😉
Não aconselho a dormir no meio do valle sagrado até porque não tem tanta opção assim. Ollantaytambo e Urubamba são as cidades mais legais pra isso, mas somente se quiser saber como é dormir por lá. Até pq o Valle é toda a região em volta de Cusco. O que todos fazem é sair e voltar para Cusco todo dia, até pq cusco tem mais vida noturna que as outras cidades.
Verdade, Fred. Excelente argumento! Entendido! Obrigada!!! Grande abraço!
Disponha, Melina 🙂
Nossa, não entendi porque é tão caro o ingresso pra ver a encenação, mais caro que o ingresso de machu picchu. Fiquei decepcionada, pois pensei que a festa toda não era paga. Com certeza não vou pagar quase 500 reais, vou bisbilhotar de longe mesmo.
Pois é! Atualmente, a festa é muito voltada para os turistas estrangeiros. As celebrações originais e mais simbólicas acontecem nas casas de muitos descendentes quechuas.
Adorei o vídeo. Estou planejando uma viagem ao Peru. Será uma espécie de; Farejar oportunidades de negócio. Estou pensando em ir de carro. O que você acha! Conhecer pontos históricos famosos, não desperta interesse. São caros, congestionados, é perda de tempo. Gostaria de interagir com os nativos e não com “turistas”. Bem, a ideia de contratar guia, não será descartada. Costumes locais, trajes típicos,comemorações e procedimentos característicos da região,culinária, arte, são pontos prioritários nesta visita. Como você poderá colaborar com esse projeto! Agradeço o compartilhamento. Ate breve, desligo.
Olá, Marco.
Nós não recomendamos o aluguel de carro no Peru.
Boa viagem.